Alimentos têm deflação em agosto mas tendência é de alta

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O consumidor pagou menos pelos alimentos neste mês, mas as coisas podem mudar até o fim do ano. Estimulada pelos indicadores de emprego e renda fortalecidos no País, a inflação dos produtos alimentícios pode seguir caminho contrário e subir.

 

De acordo com o IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) de agosto, apurado pelo Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), o grupo alimentação ao consumidor teve queda de 1,28% no mês.

 

O resultado surpreendeu os especialistas. "As expectativas eram de que a deflação dos alimentos perdesse a força", pontuou o economista da Gradual Investimentos André Perfeito. No mês passado, o decréscimo foi de 1,05% no grupo.

 

Perfeito explicou que as quedas consecutivas fazem parte de processo de retomada de preços. No primeiro trimestre, devido às chuvas, a oferta dos produtos in natura diminuiu e houve encarecimento. Esses itens - como alface, tomate e batata - são sensíveis aos extremos climáticos. Com a estabilidade do tempo, os preços mudaram o movimento e caem até neste mês.

 

ALTA

 

Para os próximos meses, são esperadas altas impulsionadas tanto pela demanda, que está aquecida, quanto pelo processo normal de compensação das quedas. Outro fator são os preços para o mercado (atacado), que atingem aumentos relevantes. "O boi gordo é exemplo, pois subiu 20% neste ano", destacou Perfeito, que não acredita em inflação explosiva.

 

No IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os valores das carnes acumulavam, até o fim de julho, alta de 3,18%. Portanto, 16,8 pontos percentuais a menos do que o preço do boi gordo no atacado.

 

Na região, os valores dos produtos alimentícios também apresentam quedas consecutivas de 0,47%, em julho, e 0,23% em junho.

 

Comidas subiram menos em 12 meses

 

Os alimentos apresentaram a menor alta entre os grupos que compõem o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) do IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) nos últimos 12 meses. A inflação dos produtos alimentícios foi de 3,20%.

 

O grupo habitação teve a segunda menor alta no período, com 3,97%. E o IPC total acumulou elevação de 4,04%.

 

A diferença entre as inflações é pequena, mas no fim das contas, os produtos alimentícios encareceram menos do que a média geral dos demais itens.

 

Somente em agosto, o IPC captou deflação nos vestuários, de 0,90%, e nos alimentos , de 1,28%. O grupo habitação elevou 0,23%, Saúde e cuidados pessoas engordaram 0,21%, Educação teve leve acréscimo de 0,02% e transportes subiu 0,22%. Os produtos e serviços que não se encaixam nestes grupos são classificados em despesas diversas e encareceram 0,52%.

 


Veículo: Diário do Grande ABC


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