Mais uma vez a inflação dos alimentos foi responsável pelo avanço de preços do varejo em São Paulo, segundo o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) André Braz. Na última sexta-feira, a FGV anunciou os resultados regionais de inflação das sete capitais usadas para cálculo do Índice de Preços ao Consumidor -Semanal (IPC-S) que mostrou aceleração na taxa referente à capital paulista (de 0,59% para 0,73%).
Ele reiterou que o cenário de alimentos mais caros não ocorreu apenas em São Paulo: praticamente todas as principais capitais do País sentiram os efeitos dos preços dos alimentos mais caros. "O que ocorre com os alimentos, não é um problema regional."
Em divulgações anteriores, a FGV já havia alertado que altas de preços em produtos agropecuários no atacado estariam a originar repasses de aumentos de preços atacadistas para o consumidor.
Braz observou que a pressão de alta nos preços dos alimentos no varejo deve prosseguir em trajetória ascendente, o que ajuda a elevar as taxas do IPC-S, que devem continuar em aceleração até a primeira quinzena de outubro.
Ele analisou que, além dos alimentos, outras pressões de aumentos de preços devem começar a surgir nas próximas apurações do IPC-S. Braz lembrou que está previsto aumento na tarifa de telefone fixo em setembro, que deve puxar para cima os preços do grupo habitação. Outro ponto lembrado pelo técnico foi o atual comportamento dos preços de vestuário, que não caíram mais devido ao fim da época de liquidação, com a chegada da nova coleção.
Veículo: DCI