O governador eleito de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), aproveitou o evento promovido pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), ontem na capital paulista, para defender a reforma tributária e rechaçar o retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Para o governador tucano, que atualmente cumpre mandato de senador e vice-presidente da Casa, a presidente eleita Dilma Rousseff terá força política para fazer as reformas necessárias já no início de seu governo. "A presidente Dilma tem a faca e o queijo nas mãos para fazer agora um grande consenso nacional, costurar a reforma tributária possível e já no primeiro dia encaminhar um projeto ao Congresso Nacional", avaliou o governador durante o evento.
Para Perillo, Dilma pode aproveitar seu prestígio político para buscar o entendimento com governadores e empresários sobre a questão. O tucano lembrou que o País tem uma das cargas tributárias mais pesadas do mundo e defendeu uma reforma que proporcione competitividade e racionalidade para valorizar o setor produtivo da economia nacional. "Vamos torcer para que o País faça seu dever de casa, a reforma tributária e a reforma política, que é a mãe de todas as reformas, que haja coragem para mexer na questão previdenciária e mexer na gastança", afirmou.
Perillo lembrou que, como senador, lutou pelo fim da CPMF e que manterá, como governador de Goiás, a mesma postura por questão de coerência. No entanto, o governador disse que o PSDB e o DEM estarão dispostos a apoiar o novo governo "independentemente de termos perdido a eleição". "Não vamos jogar contra o Brasil", justificou.
Ainda ontem, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, afirmou que a entidade não terá limites na luta contra a possível recriação da CPMF. Skaf, que foi candidato a governador de São Paulo pelo PSB e apoiou a candidatura da presidente eleita Dilma Rousseff, criticou os que sonham com o retorno do tributo. "Tenham cuidado. Vamos fazer com que esses sonhos virem pesadelos."
Ele prometeu que os idealizadores do possível regresso da contribuição se arrependerão da ideia porque a sociedade não aguenta mais impostos. Na abertura do congresso, Skaf defendeu a regulamentação da Emenda 29, que assegura os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde, e disse que o governo federal terá em 2011 uma arrecadação prevista em R$ 1 trilhão.
Veículo: DCI