O governo da presidente Cristina Kirchner decidiu novamente restringir a importação de alimentos não frescos que fazem concorrência contra os similares produzidos na Argentina. Tal como no ano passado, a decisão tem como objetivo "proteger" a indústria nacional e reduzir a saída de dólares da Argentina.
No entanto, ao contrário de 2010, a medida, comunicada verbalmente pelo secretário de Comércio, Guillermo Moreno, a donos de supermercados e importadores, não atingirá os produtos do Brasil.
Desta forma, produtos brasileiros barrados no ano passado como o tomate e milho em lata, além de frangos e derivados de suínos, não sofrerão problemas para entrar no mercado argentino.
Em 2010, a decisão em Buenos Aires de aplicar medidas contra a entrada de produtos alimentícios não frescos de todos os países, inclusive os brasileiros, foi encarada em São Paulo como a gota d"água de uma série de atitudes protecionistas acumuladas pelo governo Kirchner.
Na ocasião, o governo brasileiro, pressionado por vários setores, entre eles a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), indicou à administração argentina que aplicaria retaliações a produtos deste país em caso de permanência das barreiras aos alimentos produzidos no Brasil.
Moreno, depois de explicar que o Brasil seria poupado das medidas protecionistas, pediu aos empresários importadores que avancem na "desdolarização" das operações de intercâmbio comercial com o Brasil, isto é, que as vendas e compras sejam realizadas exclusivamente em pesos ou reais.
Veículo: O Estado de S.Paulo