Examinando o mercado de consumo, é notória a turbulência embalada em uma grande onda de exuberância.
O consumo das famílias brasileiras cresce a taxas nunca antes registradas.
Considerando os dados mais recentes, verifica-se que o nível de atividade do varejo continua muito elevado, a despeito das medidas de contenção do governo.
Tomando comparações trimestrais entre os anos 2010 e 2011 e projetando as vendas para os períodos futuros do corrente ano, nota-se: expansão de 7% para o primeiro trimestre, 11,1% para o segundo, 6,6% para o terceiro e 2% para o último trimestre.
Os números indicam que as medidas reduziram o ritmo de crescimento, mas mantêm o consumo em nível bem acima do que ansiava o BC.
Estudos dão conta de que 30 milhões emergirão das classes D e E -isto é, menos de quatro mínimos- para ocupar uma posição na almejada classe média, C, com rendimentos entre quatro e menos de dez mínimos.
Não só as vendas de bens duráveis passaram a crescer mas também as de alimentos e bebidas, entre outros.
O padrão de consumo mudou, produtos mais elaborados passaram a ocupar uma participação maior no orçamento das famílias.
Esse fogo provoca ainda mais fumaça. Empresas de varejo aqui sediadas e outras de fora identificam as nuvens provocadas pelo fogo.
Desses sinais conclui-se: onde há fumaça há fogo; e onde há fogo há oportunidade.
(CLAUDIO FELISONI DE ANGELO é presidente do conselho do Provar (Programa de Administração de Varejo)-Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo).
Veículo: Folha de S.Paulo