O otimismo com a economia e o nível de emprego vão contrabalançar cenário.
O alto nível de endividamento do consumidor em Minas não deve afetar sua disposição de ir às compras no Natal. Embora 69% das pessoas entrevistadas na última pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio), relativa a agosto, tenham admitido ter compromissos para quitar nos próximos meses, o otimismo com a economia e o emprego vão contrabalançar o quadro, o que acabará gerando bons frutos para o comércio.
Em agosto foi detectado o maior nível de endividamento do consumidor desde abril de 2008, quando 72% dos entrevistados da Fecomércio disseram ter alguma dívida para pagar. Os dois períodos, entretanto, tem diferenças substanciais. Na análise da gerente do departamento de economia da Fecomércio, Silvânia Araújo, o que vai ocorrer este ano é o parcelamento das compras, que já vem se acentuando, e a queda do valor do tíquete médio, mas não a redução do consumo. "Em 2008 a situação da economia não estava bem, o que não acontece este ano, apesar do alto nível de endividamento", explica a economista.
O cenário macroeconômico favorável e aumento da massa salarial funcionam, na verdade, como um estímulo ao endividamento, que anda lado a lado com o otimismo detectado na pesquisa Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICCBH) da Fecomércio. Em agosto, o ICC alcançou 52,09 pontos. Valores acima de 50 são considerados "otimismo". "O endividamento passou a fazer parte da vida das pessoas", observa Silvânia.
A expectativa do comércio é a entrada de R$ 10 bilhões na economia do Estado até a véspera do Natal, fruto do pagamento do 13º salário aos trabalhadores. Só em Belo Horizonte serão injetados R$ 2,4 bilhões, excluindo-se dos cálculos aposentados, pensionistas e empregados domésticos. A Fecomércio já sabe que 47% destes recursos acabarão no comércio, de uma forma ou de outra, seja para quitar débitos vencidos ou para adquirir novos bens.
Veículo: Diário do Comércio - MG