Indústria e comércio já contabilizam os prejuízos

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Enquanto o setor do turismo comemora o número de feriados deste ano, o comércio e a indústria fazem as contas dos prejuízos. Em 2012, o Brasil terá oficialmente 11 feriados nacionais, nove serão prolongados.

Desses, apenas Tiradentes (21 de abril) cairá no fim de semana, enquanto quatro serão em sextas-feiras. A capital mineira ainda conta com feriado da Imaculada Conceição, em 8 de dezembro. As perdas para a economia do país superaram R$ 128 bilhões em 2011, quando o número de feriados era nove, dois a menos que este ano.

Esses dias parados são motivo de alegria para os trabalhadores mas, para a economia brasileira, representaram no ano passado prejuízo de no mínimo R$ 14 bilhões para cada dia parado. Para a indústria mineira, a perda em 2011 girou em torno de R$ 1,3 bilhão para cada dia útil parado por causa de feriado.

Nas contas da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), entre os quatro estados mais industrializados, Minas Gerais amargou no ano passado R$ 12 bilhões, atrás de São Paulo com prejuízo estimado de R$ 42,5 bilhões e Rio de Janeiro, com 14,5 bilhões.

" um problema muito sério para a indústria porque o que não se produz num dia parado não se recupera mais", avaliou ontem o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Junior, destacando que os feriados prolongados vêm sendo utilizado para justificar uma eventual baixa produtividade da indústria.

"Para o trabalhador é bom, mas para a economia é um problema sério. O que acontece é que, como esses dias parados têm virado regra, para a indústria que tem demanda de serviço o trabalho continua, dando um jeito de compensar os feriados de outra forma, mas isso vai de acordo com os interesses de cada empresário. Temos como exemplo os altos-fornos das siderúrgicas que não podem parar de jeito nenhum", disse Olavo.


Impacto - Para a indústria, o impacto dos feriados é tanto que, segundo o estudo da Fiesp, 28% das fábricas optam por pagar os custos extras e não dar folga. Nos 72% restantes, os trabalhadores têm que fazer algum tipo de compensação, como horas extras, para folgar sem diminuir a produção.

Isso é o que ocorre na Luíza Barcelos Calçados, especializada na fabricação de calçados, bolsas e acessórios femininos, instalada no bairro São Francisco, na região da Pampulha, na Capital.

Com 22 anos de mercado e cerca de 250 empregados, o proprietário Luiz Barcelos, admite que cada dia parado é prejuízo na certa. " um dia sem produção que a gente não tem como recuperar", disse. Para amenizar os impactos das perdas, o empresário diz que negocia com os empregados trocando eventuais banco de horas ou concentra as folgas em épocas de baixa encomenda.

No comércio, o problema é grave. Somente na capital mineira, o setor pode somar prejuízos de cerca de R$ 528 milhões no ano, segundo estudo da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH).

As perdas do comércio de bens e serviços por causa dos feriados são estimadas em cerca de R$ 48 milhões por dia parado, apenas na capital mineira, de acordo com a economista da entidade, Ana Paula Bastos. "O impacto é muito forte no comércio". (DC)


Veículo: Diário do Comércio - MG


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