Cesta básica tem quarta queda seguida na Capital Gaúcha

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A pesquisa mensal de preços da cesta básica em Porto Alegre, feita pelo Dieese, mostrou queda de -2.01% nos preços em março – o quarto mês seguido de retração. Com isso, o custo médio dos produtos passou de R$ 269,61 em fevereiro, para R$ 264,19 em março. A variação negativa aconteceu em 11 das 17 capitais pesquisadas, porém a Capital se manteve como a segunda mais cara do País, atrás apenas de São Paulo (onde a cesta caiu -1,19% e custa R$ 273,25).

Daniela Sandi, economista do Dieese, afirmou que a redução foi puxada pelos produtos in natura, como tomate (-17,20%), banana (-10,53%) e batata (-11,11%), que encontraram clima mais favorável ao cultivo no início do ano. Já os grãos e produtos beneficiados tiveram altas em função da quebra da última safra. Os maiores aumentos foram no óleo (3,65%), arroz (2,91%) e feijão (2,25%).

“O custo da cesta básica em março representou 46,17% do salário-mínimo líquido, contra 47,11% em fevereiro e 52,08% em março do ano passado. Isso significa que o trabalhador com rendimento equivalente a um salário-mínimo precisou cumprir uma jornada de 97 horas e 27 minutos só para adquirir os bens alimentícios básicos”, afirmou. A economista ponderou  que desde a entrada em vigor do Plano Real, a cesta básica ficou 296,38% mais cara em Porto Alegre, enquanto o INPC (que mede a inflação) subiu 307,14% e o salário-mínimo aumentou 860,02%.

Nas demais capitais, a cesta básica apresentou alta em seis cidades das regiões Norte e Nordeste. A maior delas foi verificada em Salvador, onde os preços subiram 3,6% e a cesta somou R$ 211,90, seguida por em Aracaju; 1,77% em Manaus; 1,68% no Recife; e 0,89% em João Pessoa. Já a maior retração foi em Goiânia, onde os preços caíram -6,73% e a cesta passou a custar R$ 234,14.

Com base nesses dados, o Dieese calcula que, para que o salário-mínimo cumprisse sua função constitucional (conforme o artigo 7º da Constituição), de sustentar uma família de quatro pessoas, ele precisaria ser, em março, de R$ 2.295,58 – o que corresponde a 3,69 vezes o valor vigente, de R$ 622,00.

O Dieese realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica em Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.


Veículo: Jornal do Comércio - RS


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