BC defende diminuir rotativo do cartão

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Alexandre Tombini diz que pagamento mínimo deveria ser maior porque linha de crédito tem juros muito altos

 

Em 2010, BC subiu o percentual mínimo de pagamento de 10% para 15%; em 2011, cancelou alta prevista para 20%

 

O presidente do BC (Banco Central), Alexandre Tombini, disse ontem que gostaria que o pagamento mínimo obrigatório nas faturas de cartão de crédito fosse "muito maior".

 

Hoje, o consumidor pode optar por pagar só 15% do valor da fatura no vencimento e quitar o restante depois. O problema é que esse valor postergado -conhecido como crédito rotativo- é corrigido por juros elevados. Isso aumenta rapidamente o valor da dívida, e muitos acabam inadimplentes.

 

"Certamente, na programação [do consumidor], o pagamento deveria ser integral. Nós gostaríamos de ter um pagamento mínimo muito maior, mas, no curto prazo, isso criaria um problema para as pessoas que estão nesse processo [de pagamento do valor mínimo]", disse.

 

Em 2010, o BC determinou o aumento do percentual mínimo de pagamento de 10% para 15%. Na época, a autoridade monetária afirmou que o objetivo era reduzir o superendividamento das famílias.

 

Estava prevista nova alta para 20% no final de 2011, mas o BC desistiu, argumentando na ocasião que o limite em vigor era "suficiente" para o controle das dívidas.

 

Desde então a inadimplência não parou de subir -saiu de 7,3% em novembro para 7,9% em julho.

 

Tombini abordou o assunto ao ser questionado na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, onde participou de audiência pública.

 

O presidente do BC minimizou o risco do endividamento para a economia brasileira. Segundo Tombini, dos cerca de R$ 420 bilhões movimentados em cartões de crédito em 2011, só R$ 40 bilhões passaram pelo rotativo.

 

Segundo a Anefac (associação que representa executivos de finanças), a taxa média ao ano do cartão de crédito chegou a 238,3% em agosto, igual à de julho.É o mais elevado patamar desde junho de 2000.

 

Apesar de ter a taxa de juros mais cara do mercado, o cartão de crédito é opção rápida e fácil de financiamento. Em um momento em que os bancos ficaram mais seletivos para emprestar, como neste ano, este crédito ficou atrativo aos consumidores.

 

Em julho, segundo dados do BC, o cartão de crédito representou 28% das novas concessões de financiamento e ficou atrás apenas do cartão de crédito (33%).

 

Sobre a inflação, Tombini qualificou a alta recente de "pequena reversão temporária" na trajetória em direção ao centro da meta, de 4,5% ao ano. A inflação acumulada em 12 meses, que recuava, subiu a 5,24% em agosto.Segundo Tombini, a alta refletiu o choque no preço dos grãos, devido à seca nos Estados Unidos.

 

Veículo: Folha de S.Paulo


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