Governo mira as taxas cobradas pelos cartões

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Empresas pagam 4% sobre as transações com cartões de débito e crédito e 6% nos negócios com vale refeição


As taxas cobradas dos lojistas pelas administradoras de cartão de crédito estão na mira da equipe econômica, por ordem da presidente Dilma Rousseff. Foi o que informou ontem o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci, após audiência com ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, na qual pediu providências em relação a esse problema. Também participou da reunião o ministro do Turismo, Gastão Vieira.

As empresas de cartão de crédito cobram uma taxa de 4% nas transações com cartões de crédito e débito e de 6% nos cartões de vale refeição, explicaram Solmucci e Vieira. Eles disseram que esses valores são "abusivos", pois em outros países do mundo, como os Estados Unidos, elas são da ordem de 1%.

Segundo relato do presidente da Abrasel, Gleisi repetiu "por pelo menos três vezes", que "este assunto já havia sido encaminhado pela ministra à presidente Dilma e que a presidente determinou ação do Ministério da Fazenda e do Banco Central nesta direção".

A ministra teria acrescentado que Dilma já "está entrando fundo nesta questão"das taxas de administração. Em seu discurso do dia da Independência, Dilma criticou os juros dos cartões. Eles foram classificados de "escorchantes" pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista ao Estado.

O setor quer que as máquinas, sejam elas Cielo, Redecard ou qualquer outra, aceitem qualquer cartão. "Em qualquer país do mundo qualquer maquininha recebe qualquer bandeira", desabafou.

Intervenção. Ele disse que o setor não quer intervenção, mas quer que o governo use o Banco do Brasil para baixar estas taxas de administração, a exemplo do que fez com juros do cheque especial e cartão de crédito. "O impacto seria superior à desoneração da folha de pagamento", afirmou Solmucci.

Vieira, disse que foi o intermediário da reivindicação do setor porque "precisa desonerar este setor, que ainda é muito fechado e precisa ser mais competitivo". Segundo o ministro, o governo está comprometido que se estimule mais a competição. O objetivo, explicou, é o Brasil conquistar o turista brasileiro que está indo para o exterior.


Veículo: O Estado de S.Paulo


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