Apesar da pesquisa do Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/FIA) indicar que deve sobrar menos dinheiro para o brasileiro ir às compras no Natal deste ano, em função de despesas obrigatórias como alimentação e moradia, economistas de importantes entidades do comércio de Minas Gerais acreditam que, pelo contrário, as vendas da data serão até superiores às da mesma época de 2011.
O levantamento da Provar/FIA projeta 30% menos dinheiro nos bolsos do consumidor para o Natal de 2012 em comparação com a mesma data de 2011. No entanto, o argumento dos economistas mineiros para sustentar as projeções de crescimento no Estado é o próprio cenário macroeconômico atual. Segundo eles, os juros mais baixos, o crédito em expansão e a menor taxa de desemprego em relação ao desenho da economia no final do ano passado, devem garantir resultados melhores.
Para o economista da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), Gabriel de Andrade Ivo, não há dúvidas de que o Natal de 2012 será mais farto que o de 2011. "A massa salarial aumentando e o desemprego diminuindo, certamente o consumidor estará mais apto ao consumo", pontua.
Confiança - Ele lembra que a última pesquisa divulgada pela Fecomércio Minas sobre a expectativa dos empresários mineiros em relação às vendas natalinas deste ano mostrou que 88,7% dos entrevistados projetam crescimento na comparação com o Natal de 2011. E, deste índice, 43% dos comerciantes acreditavam em um aumento entre 10% e 20% e outros 31,9% estimavam altas ainda mais expressivas, de 20% a 50%.
A economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Ana Paula Bastos, tem avaliação semelhante. "A situação atual da economia, com juros mais baixos, crédito em expansão - o crédito cresceu 15,4% nos últimos 12 meses - taxas de desemprego e inflação menores em relação ao ano passado criam um ambiente favorável para o consumo", analisa.
Nem mesmo o endividamento, continua a economista, deve ajudar a retrair as compras natalinas deste ano. "Endividamento é diferente de inadimplência. Se as pessoas têm dívidas, significa que elas estão consumindo", esclarece.
Veículo: Diário do Comércio - MG