Preço de diversão sobe mais que os outros

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Produtos e serviços, como cerveja, cinema e estacionamento, subiram mais do que o IPCA de janeiro a setembro


A cerveja gelada da sexta-feira à noite com amigos que "inaugura" o final de semana, o cinema seguido do jantar de sábado e o estacionamento para guardar o carro durante a balada são exemplos de gastos típicos dos dias de lazer que ficaram mais caros neste ano.

De uma lista de 26 produtos e serviços de consumo usual em momentos de folga, 19 subiram acima da inflação no acumulado de janeiro a setembro, segundo levantamento da Folha com base em dados do IBGE.

Com o imposto elevado neste ano, a cerveja teve uma das maiores altas: 9,91% no período. Só subiu menos do que o sorvete: 12,14%.

A refeição fora de casa avançou 6,08%; o estacionamento, 7,99%; e o cinema, 7,11%. Todos esses produtos e serviços tiveram aumentos superiores ao IPCA (índice oficial da inflação) de janeiro a setembro: 3,77%.

Segundo especialistas, a alta da renda e o acesso de novas classes de consumidores a bens e serviços turbinaram o consumo e, consequentemente, os preços, que sobem ainda com o custo maior da mão de obra.

Neste ano, o salário mínimo subiu 14% e teve o maior ganho real dos últimos anos.

"Há uma demanda mais elevada por serviços com o ingresso de uma parcela maior de pessoas na classe C e isso se reflete nos preços", diz Luiz Roberto Cunha, economista da PUC-Rio.

Apesar da maior pressão em setembro (0,79%), o acumulado no ano do conjunto dos itens do subgrupo recreação ainda está abaixo do IPCA: subiu 3,29%.

"Nos últimos anos, a recreação manteve uma tendência de ficar próxima à inflação, até um pouco abaixo. Há alguns ramos onde há muita concorrência e isso mantém os preços equilibrados", diz o economista.

Ainda entre os serviços, afirma Cunha, a alimentação fora de casa sofreu impacto da alta da mão de obra e de alimentos "in natura" (como carnes e legumes) e grãos neste ano, afetados pelo clima desfavorável.

Dos itens do subgrupo de alimentação fora do domicílio, o café da manhã teve a alta mais expressiva: 7,67%.

De visita ao Rio e acostumado também a viajar em seu país, o empresário e turista português Hugo Porto assustou-se com o preço dos restaurantes no Rio. "Está mais caro comer no Rio do que em Lisboa ou no Porto."

Ele, que costuma vir à cidade duas vezes por ano, reclamou também do aumento das bebidas. "Eu pagava R$ 3 pela cerveja na praia no Carnaval deste ano. Agora, não encontro por menos de R$ 4", disse o português.



Veículo: Folha de S.Paulo


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