Os empresários do comércio voltaram a ficar otimistas em setembro, pelo segundo mês consecutivo. A alta no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) foi de 2,2% em relação a agosto, para 125,3 pontos. No entanto, o patamar de confiança continua abaixo do verificado no mesmo período de 2011. A queda no indicador foi de 3,2% ante setembro do ano passado, segundo informou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Entre agosto e setembro, houve melhora tanto na percepção sobre as condições atuais do comércio (3,8%) quanto nas expectativas para os próximos meses (1,6%).
Na comparação com setembro de 2011 o humor dos empresários ainda teve deterioração de 11,3% sobre a situação atual, mas ficou estável (0,0%) em relação às expectativas para o futuro.
O aumento no otimismo do comércio em setembro foi puxado pelos pequenos e médios empresários. Nas empresas com menos de 50 funcionários, o ICEC cresceu 2,3%, para 124,9 pontos.
Nas companhias com mais de 50 funcionários, o indicador recuou 0,2%, embora permaneça em patamar elevado, aos 140,2 pontos.
Intenção de contratar – Os empresários do comércio aumentaram a intenção de contratação de funcionários em setembro. A alta foi de 3,9% em relação a agosto, movimento já esperado devido à aproximação do fim do ano. Entretanto, é imporante notar que também houve avanço em relação a igual período de 2011, de 2,2% – o que indica que o setor pode contratar ainda mais trabalhadores neste fim de ano do que ocorreu em 2011.
"A expectativa é de aumento nas contratações", afirmou Izis Ferreira, economista da CNC, que atribui o aumento na intenção de geração de vagas à evolução positiva do mercado de trabalho nos últimos meses somada aos incentivos do governo federal à atividade econômica brasileira.
Izis Ferreira ressaltou ainda que a avaliação do empresário do comércio sobre os níveis atuais dos estoques melhorou 4,1% em relação ao igual período do ano passado. Na comparação com agosto, o indicador teve recuo de 1,2%, mas o movimento foi considerado estável pela CNC.
"Houve um aumento na fatia dos empresários que considera adequado o nível atual dos estoques. O montante saiu de 63% em agosto para 65,2% em setembro", disse a economista.
Os indicadores sobre geração de vagas e estoques compõem o indicador de Investimentos do Empresário do Comércio, que aumentou tanto na comparação com agosto (1,6%) quanto em relação a setembro de 2011 (0,5%).
Diminui o endividamento das famílias paulistanas
O número de famílias com algum tipo de dívida caiu de 53,5% em agosto para 51,5% em setembro na capital paulista, informou ontem a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Em setembro de 2011, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) apontava que 42,5% das famílias paulistanas possuíam dívida.
Em números absolutos, o total de famílias endividadas recuou de 1,919 milhão em agosto para 1,846 milhão em setembro. Para a FecomercioSP, o endividamento está controlado e ainda há espaço para crescer, "observando a constante evolução, no decorrer do ano, dos indicadores de emprego e renda".
O principal tipo de dívida registrado em setembro foi o cartão de crédito (72,6%), seguido por financiamento de carro (23,4%), carnês (14,5%), financiamento imobiliário (10,7%) e crédito pessoal (9,8%).
Os compromissos com financiamentos de carro e de imóveis subiram 8,53 pontos percentuais e 2,5 pontos percentuais, respectivamente, para os maiores níveis desde janeiro de 2010, informou a Fecomércio.
Inadimplência – O número de famílias com contas em atraso caiu de 15,2% em agosto para 12,8% em setembro, a menor proporção desde fevereiro (12,1%).
"O consumidor que estava com dificuldade para equacionar as dívidas contraídas no inicio do ano já está conseguindo liquidá-las", explicou a FecomercioSP por meio de nota. Entre as famílias inadimplentes, 48,2% têm contas vencidas há mais de 90 dias; 25,5%, entre 30 e 90 dias; e 24,7%, com até 30 dias.
Veículo: Diário do Comércio - SP