Faturamento do varejo cresceu em setembro

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Alta é apontada por 51% em pesquisa com lojistas.


A redução das taxas de desemprego, aliada ao aumento da massa salarial e às medidas de incentivo ao consumo adotadas pelo governo federal, motivou o crescimento das vendas no varejo em setembro. Estudo divulgado ontem pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) aponta que, mesmo sem nenhuma data comemorativa relevante, o faturamento no nono mês do ano foi, para 51% dos empresários, maior na comparação com agosto. Outros 25% apontaram estabilidade e 24%, retração.

O cenário se mantém positivo sobre outra base comparativa. No confronto de setembro com idêntico mês do ano passado, 45% dos entrevistados registraram expansão na lucratividade. Para 35% não foi registrada nenhuma oscilação, enquanto 20% observaram variação negativa.

Conforme o economista da Fecomércio Minas Gabriel de Andrade Ivo, a próxima pesquisa, referente ao desempenho de outubro, deve indicar resultados ainda melhores. Além do Dia das Crianças, que tradicionalmente beneficia o comércio no período, sobretudo os estabelecimentos voltados ao público infantil, ele destaca a aproximação das festas de fim de ano, responsáveis por deixar o consumidor mais otimista e mais propenso a gastar.

A visão do especialista é corroborada pelos dados do levantamento. Para a maior parte dos comerciantes, 66%, o faturamento em outubro deve superar o de setembro. Segundo 32%, ele deve ser igual, enquanto apenas 2% estimam recuo. A previsão para 2012 supera em sete pontos percentuais a do ano passado. Em 2011, 59% afirmavam que o faturamento de outubro do exercício passado seria maior que o do mês anterior.


Estoques - Com o comércio em alta, o nível dos estoques, em setembro, para 72% dos entrevistados, se manteve no ponto ideal, o que demonstra que a demanda foi compatível com as expectativas. Apenas 18% concluíram o intervalo com um acúmulo maior de mercadorias que o esperado. Até setembro, os lojistas ainda não demonstravam interesse em reforçar os pedidos à indústria. Uma menor parcela, 20%, fez um número maior de encomendas aos fabricantes, enquanto 74% mantiveram o ritmo. "Mas a tendência é que haja uma inversão nos próximos meses", justifica Ivo.

A carência de mão de obra qualificada e a disputa pelos poucos interessados em trabalhar no comércio também são apontadas no levantamento da Fecomércio Minas. Entre os empresários, 92% mantiveram o efetivo em setembro frente a agosto. Outros 6% estavam com vagas em aberto e somente 2% demitiram. "A busca por funcionários deve ficar ainda mais acirrada nos próximos meses, quando são abertas as vagas temporárias para o Natal", avalia o economista, sinalizando que alguns empresários podem ter dificuldades para preencher os postos.

A Fecomércio Minas ouviu 300 comerciantes entre os dias 12 e 14 de outubro. A margem de erro é de 6% para a amostra como um todo, com um intervalo de confiança de 95%.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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