Brasil e China terão linha de crédito em moeda local

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Acordo foi firmado pelos presidentes dos bancos centrais dos dois países na noite de domingo em reunião bilateral


O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e o presidente do BC chinês, Zhou Xiaochuan, acertaram na noite de domingo detalhes para a criação de uma linha de crédito em moeda local - conhecida como swap em moeda local - no valor equivalente a US$ 30 bilhões. O acerto aconteceu em uma reunião bilateral entre os dois banqueiros na sede do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) na Suíça.

Segundo o BC, o acordo será formalmente assinado "nas próximas semanas", mas ainda sem data e local definidos. Na ocasião, serão detalhados aspectos como o prazo e eventual juro da transação. Uma possibilidade não confirmada pela autoridade monetária é que Brasil e China assinem o acordo durante o próximo encontro do G-20 em meados de fevereiro em Moscou, na Rússia.

A intenção de realizar a operação havia sido anunciada em junho pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, após o encontro da presidente Dilma Rousseff com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, durante a Rio+20 na capital fluminense. Desde então, técnicos das equipes econômicas dos dois países trabalhavam na formatação da transação.

O swap de moedas é uma linha de crédito em moeda local acertada entre dois países e que, em caso de necessidade, está disponível para ambos. É uma espécie de "cheque especial" entre BCs. Quando assinado o acordo, o Brasil terá à disposição linha de crédito equivalente a US$ 30 bilhões em yuans - cerca de 185 bilhões de yuans - e que poderá ser usada se o BC brasileiro julgar necessário. Já a China terá linha idêntica, mas em reais - cerca de R$ 61 bilhões.

Linha parecida foi acertada entre o BC do Brasil e o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) após a crise de 2008, quando os dois países também deixaram recursos à disposição para o caso de necessidade. A linha, porém, não foi usada.


Veículo: O Estado de S.Paulo


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