Inflação fica acima da meta pelo 3º ano seguido

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Pesquisa indica que IPCA de 2012, que será anunciado nesta quinta, deve ficar entre 5,68% e 5,84%



Pesquisa do serviço AE Projeções, da Agência Estado, com 46 instituições do mercado financeiro, indica que a taxa oficial de inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve ter fechado 2012 entre 5,68% e 5,84%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o resultado nesta quinta-feira, 10.

Se a estimativa for confirmada, a taxa será menor que a de 2011 (6,5%), quando o índice ficou no teto da meta perseguida pelo Banco Central. A inflação "oficial" do País tem ficado persistentemente acima do centro da meta - de 4,5% - desde 2010, quando atingiu 5,9% depois de ter subido apenas 4,3% no ano anterior.

As justificativas para o avanço dos preços em 2012 devem ser muito parecidas com as de 2011. O aumento da renda e a queda na taxa de desemprego continuaram a estimular o consumo, especialmente no setor de Serviços.

Seca nos EUA. Outro fator que pressionou novamente o IPCA foi a elevação nos preços dos alimentos. Só que, em 2012, o incômodo relacionado ao grupo Alimentação foi influenciado pelo aumento das matérias-primas agrícolas no segundo semestre. O motivo decisivo foi a forte seca que atingiu as lavouras de grãos (soja, milho e trigo) nos Estados Unidos e encareceu os preços desses produtos e seus derivados no exterior e no Brasil.

Em contrapartida, segundo analistas ouvidos pelo AE Projeções, as medidas de estímulo à economia, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca e veículos, devem ter dado grande contribuição para um IPCA menor em relação a 2011.

A ausência de aumentos de preços administrados, como a tarifa de ônibus urbano nas grandes cidades, também vai favorecer um índice mais baixo, de acordo com os profissionais.

Para o Banco Fator, a taxa acumulada do IPCA deve ter ficado em 5,79% em 2012, abaixo dos 6,5% apurados anteriormente, por causa dos preços administrados. Na opinião do economista-chefe da Divisão de Macroeconomia da BB DTVM, Marcelo Gusmão Arnosti, além do choque de commodities, a inflação de 2012, que deve fechar em 5,74%, pode ser explicada ainda pela inércia elevada do grupo Serviços.

Helena Veronese, economista da Mapfre Investimentos, também ressalta a aceleração nos preços dos alimentos em 2012, mas alerta que a do setor de serviços também teve relevância no IPCA do período. "A inflação de serviços puxou bem em 2012 - e deve continuar puxando em 2013." Segundo ela, mesmo sem o choque de commodities, a inflação de 2012 seria alta.

Dezembro. Os analistas ouvidos pelo AE Projeções indicaram que o IPCA de dezembro deve ter ficado entre 0,64% e 0,79%. As projeções foram feitas com base nas projeções de 52 instituições financeiras.

O índice deve ser impulsionado principalmente pelos grupos Alimentação e Despesas Pessoais, que podem figurar entre as maiores variações. No IPCA-15 (prévia do IPCA), os grupos tiveram altas de 0,97% e 1,10%, respectivamente.

Veículo: O Estado de S.Paulo


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