Dilma pede que empresários tenham consciência

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Caminho para baixar preços da cesta básica é o diálogo e a persuasão e não a ameaça ou a coação, diz a presidente



A presidente Dilma Rousseff voltou a apelar aos empresários, donos de supermercados e produtores para que "tenham consciência" e reduzam os preços dos produtos da cesta básica, depois do corte de impostos anunciado na semana passada. Dilma evitou fazer ameaças a quem não reduzir os preços e falou que o caminho para que os preços caiam e beneficiem a população é o diálogo e a persuasão, e não a ameaça ou coação.

"A relação do 'prende e arrebenta' acabou. O governo não faz isso. O governo dialoga, o governo persuade, e é uma questão também que eu acho que beneficia o empresário, porque, se ele tiver a desoneração, ele vai ter mais renda", afirmou a presidente. "É muito mais pelo lado da persuasão, e não da ameaça ou da coação", declarou a presidente, depois da cerimônia de lançamento de medidas de proteção ao consumidor.

Lembrada que uma das justificativas dos empresários para não repassar a redução dos impostos para as mercadorias é que o custo da embalagem não foi desonerado, a presidente se irritou: "Então retirem o custo do conteúdo, mantenham o da embalagem. O que não é possível é aumentar os dois".

Em seguida, a presidente Dilma ponderou que tem certeza que "vários produtores, vários empresários, vários donos de supermercado, de redes, já desoneraram" os produtos. Mas ela ressalvou que "alguns não fizeram". Para a presidente, "esse é um processo". "É um processo de educação, um processo de conscientização."

Respeito. Depois de reiterar que o governo já desonerou os produtos da cesta básica, porque considera "fundamental" reduzir o tributo, a presidente defendeu o estabelecimento de uma relação de "respeito" entre o governo e a sociedade. Segundo a presidente, agora, "é preciso que essa consciência seja também dos empresários, dos senhores donos dos supermercados, dos produtores, para que, de fato, a desoneração seja algo que todo mundo ganhe".

Na sexta-feira da semana passada, em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, a presidente anunciou a retirada de impostos federais dos produtos da cesta básica e pediu aos empresários que reduzissem em pelo menos 9,25% o preço das carnes, do café, da manteiga, do óleo de cozinha, e em 12,5% a pasta de dentes, os sabonetes, citando apenas alguns exemplos.

Na ocasião, a presidente Dilma lembrou ainda que, com essa decisão, o governo estava abrindo mão de mais de R$ 7,3 bilhões em impostos ao ano, e ressaltou que "os benefícios que virão para a vida das pessoas e para a nossa economia compensam esse corte na arrecadação".

No entanto, uma semana depois do corte de impostos, a primeira pesquisa do custo da cesta básica feita pela Fundação Procon de São Paulo, em parceria com o Dieese, mostrou que o custo médio total da cesta básica subiu 0,55%, passando de R$ 384,58 para R$ 386,71.




Veículo: O Estado de S.Paulo


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