Inflação volta a subir

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Fim da queda dos preços dos alimentos e pressão do dólar elevam 0,24% o IPCA em agosto

Em meio à disparada do dólar e de possíveis pressões inflacionárias que isso possa causar, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltou a acelerar e registrou alta de 0,24% em agosto, após apresentar variação de apenas 0,03% em julho. O fim da queda dos preços dos alimentos teve um peso significativo no índice calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado ontem.

Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses chega a 6,09%, abaixo do teto da meta oficial – 6,5% –, mas bastante acima do centro – 4,5%. O câmbio, dizem especialistas, é a principal incerteza no momento e traz risco de pressões inflacionárias – já percebidas no atacado e nos preços praticados pela indústria. As projeções apontam para uma alta do IPCA próxima a 6% neste ano.

No entanto, a elevação da taxa de juros pode segurar o consumo e já esfriou a concessão de crédito. Desse modo, o governo tenta evitar que as famílias comprem mais e estimulem aumentos de preços. Outro fator que contém o consumo é o mercado de trabalho já não tão vigoroso, com emprego e renda em desaceleração.

Após uma forte queda de 0,33% em julho, os preços dos alimentos não mantiveram a tendência de deflação e registraram aumento de 0,01%, taxa que mostra praticamente uma estabilidade. Outras altas de destaque foram dos grupos habitação (0,57%), despesas pessoais (0,39%) e saúde e cuidados pessoais (0,45%), educação (0,67%) e artigos de residência (0,89%). O único grupo em queda foi o de transporte, com - 0,06%. As passagens do ônibus urbano caíram 0,2% ainda sob impacto da retirada dos reajustes após os protestos no mês de junho.

Leite longa vida contribuiu para a alta

O leite longa vida e a refeição fora de casa foram os itens que mais contribuíram para a alta. Juntos, esses dois itens responderam por um terço da inflação.

– Esse é um período de entressafra. Além disso, os produtores vêm argumentando que houve problemas nas pastagens, por causa do frio e das chuvas, e que o preço estava defasado. Também houve aumento da demanda – disse a coordenadora do Índice de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, ao analisar a elevação do leite.




Veículo: Diário Catarinense


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