Influência climática e a valorização do dólar explicam os reajustes de até 41%

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Desde o início do ano o consumidor sente no bolso a alta de preços de vários alimentos. Alguns deles, como o tomate e cebola, voltaram à normalidade, mas produtos como o leite, o pão francês e a maçã ainda são vilões com variações constantes e aumento de até 41% nos últimos doze meses.

E o consumidor deve se preparar porque não há estimativa de reversão nesses preços nos próximos meses.

Apontado como um dos principais vilões da inflação nos últimos meses, a caixa de um litro de leite já subiu, em média, 32% de janeiro a agosto deste ano em Ribeirão.

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as altas acumuladas são reflexo da alta procura pelo produto, aliada à baixa oferta no campo, que acirrou a disputa pela matéria-prima entre as indústrias de laticínios.

“Houve escassez de alimento para as vacas por conta de atraso na semeadura das pastagens de inverno.”

Conforme o Cepea, no mês passado o produto teve a sétima alta consecutiva e o preço pago ao produtor alcançou o patamar mais alto dos últimos seis anos.

A tendência é estabilidade nos preços, segundo Fred Guimarães, economista da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão (Acirp). “Não deve haver mais altas, porém ainda não teremos uma queda de preços.”

Ainda segundo o economista, produtos que já subiram bastante neste ano, como a maçã e o pão francês, com reajustes de 11% e 8%, respectivamente, continuam com tendência de altas.

“A influência climática na produção será grande, o que deve prejudicar ainda mais a oferta. O caso do pãozinho é ainda mais complicado porque ainda existe a influência da alta do dólar.”

Margens

Segundo Gustavo Melo, comerciante com boxe de frutas e legumes no Mercadão da Cidade, itens como limão e pimentão também subiram de preço.

“No caso do limão, o custo aumenta porque a venda é concentrada na Ceagesp na capital, que depois repassa para a Ceagesp de Ribeirão. E entre o produtor e a chegada do produto ao comerciante há muitas margens de lucro indexadas.”

Ainda de acordo com Melo, “quem é cliente fixo sabe que as oscilações de preços independem da gente.”

Dicas para economizar

Para conseguir driblar a tendência de alta nos alimentos, o consumidor precisa planejar o orçamento e começar a substituir alguns produtos.

“Ainda mais com a proximidade do final do ano, é importante as pessoas se planejarem, não gastarem tanto em compras para organizar melhor o orçamento para uma época de maior consumo, como o Natal”, diz o economista Fred Guimarães.

Ainda de acordo com ele, trocar produtos com alta volatilidade de preços por produtos mais estáveis e mais baratos também é uma alternativa. “Temos a batata e a cebola que estão caindo de preços. Frutas como laranja e banana estão com uma certa estabilidade.”



Veículo: Jornal A Cidade


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