PIB supera expectativas

Leia em 1min 30s

Talvez tenha sido o melhor resultado do ano. O avanço do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,5% no segundo trimestre em comparação com os três meses anteriores superou as expectativas de analistas e surpreendeu positivamente o mercado. Bom desempenho veio puxado, essencialmente, pela agropecuária alta de 3,9%, mas já esperado por coincidir com os negócios da safra recorde. Para o resto do ano, porém, não há lá grande esperança de uma retomada robusta da economia, já que grande parte dos indicadores tem apresentado comportamento bem diverso. Por enquanto, quem quiser apostar, não crave mais de 2% de alta do PIB para todo o ano.

Além do setor primário, contribuição relevante veio ainda da indústria de transformação, mas outros componentes, como o consumo das famílias e a construção, deixam alertas significativos. Até poucos trimestres atrás, eram as famílias que sustentavam o PIB.

Agora, não mais. Com o ambiente marcado por incertezas, juro mais alto e renda pouco menor, o freio nos gastos, evidenciado em qualquer pesquisa do varejo, é cada vez mais visível. O juro maior também impactará a construção, quando a taxa dos financiamentos tiver elevação mais substancial. E tem mais: já há sinais de arrefecimento espalhados pela indústria em geral.

Ou seja, há poucas esperanças de uma melhora significativa. Talvez ela só exista mesmo em Brasília. O ministro Guido Mantega acredita que o “fundo do poço foi superado no mundo todo”, apesar da ressalva de que o país terá “crescimento moderado até o final do ano”. Pouco antes, ele havia disparado contra os “oportunistas”, que tinham pintado um quadro pessimista do país. A“nuvem cinza” que já estaria se dissipando, agora. Pena que a maioria veja, com boa dose de razão, um céu muito mais nublado do que um de brigadeiro de Norte a Sul.



Veículo: Zero Hora


Veja também

Comércio repassa e absorve reajuste de preços

O varejo já repassou para os consumidores tudo o que podia de reajuste de preços. Agora, está absor...

Veja mais
Alimentação ajuda IPC a subir em agosto, diz FGV

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) saiu do terreno negativo (variação de -0,07% em julho...

Veja mais
Fica ainda mais caro fazer compra financiada

A projeção da Anefac para as novas taxas do cartão de crédito prevê 194,23% ao ano e 9...

Veja mais
Faturamento dos supermercados mineiros têm expansão de 7,7% em julho

O setor em Minas deve fechar o ano com crescimento de no mínimo 4% em relação a 2012 e faturamento ...

Veja mais
Amis prevê receita até 4,5% maior neste ano

Faturamento subiu 3,93% até julho.Com aumento no faturamento de 3,93% no acumulado de janeiro a julho, na compara...

Veja mais
IDV apura alta de 5,2% nas vendas do varejo em julho

As vendas do varejo cresceram 5,2% em julho ante igual período do ano passado de acordo com o Instituto para Dese...

Veja mais
Rede de supermercado lucra 902 milhões de euros no 1º semestre

No mesmo período de 2012, o lucro foi de apenas 3 milhões de eurosO Carrefour informou, nesta quinta-feira...

Veja mais
Analistas esperam PIB de 1% no 2º tri

Após a surpresa negativa com o ritmo de atividade observado nos primeiros três meses do ano, economistas av...

Veja mais
Soja, milho e bovinos desaceleram IPA em agosto

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) para ...

Veja mais