Varejo tem reação tímida em agosto

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Entre consultas para vendas à vista e a prazo, a alta foi 2,5% no período; porém a taxa de crescimento no ano até agora foi de 0,65%

Depois do tombo nas vendas a prazo registrado no varejo em junho e julho por causa das manifestações, o comércio varejista da capital paulista reagiu moderadamente em agosto, reforçando as indicações de que o modelo decrescimento com base no consumo não deve dar grande impulso à economia neste ano.

No mês passado,as consultas para vendas a prazo e à vista cresceram, em média, 2,5% na comparação anual, segundo pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com base em uma amostra de dados de clientes da Boa Vista Serviços, que administra o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Só as consultas para negócios à vista aumentaram 1,7% em agosto deste ano,ante o mesmo mês de 2012. Já os registros para compras no crediário tiveram acréscimo de 3,3% no mês passado, nas mesmas bases de comparação.

Apesar da reação do varejo em agosto, o crescimento acumulado no ano é pífio: foi de 0,9% na venda a prazo e de 0,4% na venda à vista em relação a igual período de 2012. Na média, a elevação foi de 0,65%.

Na avaliação do economista da ACSP Emílio Alfieri, as manifestações prejudicaram as vendas acumuladas no ano. Além desse fator, inflação pressionada, juros em alta e crédito ao consumidor em desaceleração contribuíram para a reação moderada do consumo. “O modelo de crescimento baseado no consumo privado está temporariamente esgotado”, diz ele.

Carros. Pesquisa de vendas da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que reúne 7 mil concessionárias de veículos no País,confirma a perda de ímpeto do consumo. Em agosto, as vendas de automóveis e veículos comerciais leves caíram 3,5% na comparação com julho, que teve um dia útil a mais. Na média diária de julho e agosto, as vendas foram mantidas em cerca de 14 mil unidades.

Outro dado relevante que a pesquisa da Fenabrave mostra é a força do corte do Imposto sobre Produtos Industrializa- dos (IPI) para a venda de carros.Quando secomparaasven- das de agosto deste ano com as do mesmo mês de 2012, há uma retração de quase 23%.“Após as medidas de incentivo adotadas pelo governo, em maio de 2012, o número de emplacamentos cresceu nos meses seguintes e, em agosto, foi registrado recorde em automóveis e comerciais leves. Isso demonstra que a desoneração fiscal e de custos dos financiamentos impactou favoravelmente o setor,mas a situação este ano é diferente”, explica o presidente da Fenabrave, Flavio Meneghetti.

Calote. Além da inflação alta e do crédito mais contido, outra trava às compras é a inadimplência do consumidor, que se mantém em níveis elevados.

Em agosto,a inadimplência líquida medida pela ACSP ficou em 5,9%, ligeiramente acima da taxa de 5,8% registrada em julho, mas abaixo do resultado de agosto de 2012, que havia sido 6,5%. A taxa de inadimplência líquida é o saldo entre as dívidas em atraso e renegociadas no mês,em relaçãoàs vendas a prazo de três meses anteriores.



Veículo: Folha de S. Paulo


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