PIB de Minas se mantém estável

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Pequena queda, de 0,1%, foi puxada pelo setor agropecuário, que recuou 11,1% no segundo trimestre.

Enquanto a economia brasileira cresceu 1,5%, o Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais apresentou pequeno recuo, de 0,1%, no segundo trimestre de 2013, em relação aos três meses imediatamente anteriores. O resultado negativo foi puxado pelo setor agropecuário, que registrou queda de 11,1% na mesma base de comparação.

Por outro lado, foram verificadas no Estado expansões de 0,3% frente ao mesmo período do exercício passado e de 0,8% no acumulado do primeiro semestre ante igual intervalo de 2012. Os dados do PIB mineiro foram divulgados na sexta-feira pela Fundação João Pinheiro (FJP).

O coordenador de Contas Regionais do Centro de Estatísticas e Informações (CEI) da FJP, Raimundo Leal, explica que a retração se deu, principalmente, por causa da queda verificada nos preços e na produção do café no período. A commodity agrícola é um dos principais itens da pauta de exportação de Minas.

Além disso, o especialista diz que a produção e a distribuição de energia elétrica também colaboraram para puxar o resultado para baixo. Conforme ele, a redução no nível do reservatório da hidrelétrica de Furnas impactou a geração.

Já a indústria da transformação registrou incremento de 2,9% no acumulado de abril a junho em relação ao trimestre anterior, o que contribuiu para compensar parte das perdas significativas do setor agropecuário. Conforme o coordenador da fundação, esse é o melhor desempenho registrado nos últimos três anos.

Este incremento, segundo Leal, se deu por conta da fraca base de comparação, uma vez que no primeiro trimestre os resultados foram ruins. Além disso, importantes segmentos industriais começaram a registrar retomada.

Entre os segmentos citados pelo especialista está a indústria de máquinas e equipamentos e o setor automotivo. O segmento de refino de petróleo também foi um dos destaques positivos no trimestre.

No total, o setor industrial verificou aumento de 2,1% no PIB no segundo trimestre ante os três primeiros meses de 2013. A indústria extrativa acompanhou o desempenho e também cresceu 2,1% no período.

Além disso, contrabalanceando a perda registrada pela agropecuária, o setor de serviços, que responde por 57,7% do PIB mineiro, registrou crescimento de 0,6% na comparação com o primeiro trimestre.


Café - O coordenador da assessoria técnica da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Pierre Vilela, aponta que um dos motivos para o resultado negativo do setor agropecuário é a queda significativa na cotação internacional do café. Conforme ele, os preços estão aproximadamente 25% menores do que no ano passado.

Aliado a isto, a produção da commodity agrícola também sofreu redução, devido ao perfil bianual da cultura. Conforme o especialista, a safra de grãos também impactou de forma negativa os resultados do segundo trimestre.

Já os resultados positivos para a indústria de máquinas e equipamentos são explicados pela metodologia utilizada pela fundação, que considera itens como máquinas motoniveladoras, alguns eletrodomésticos da linha branca e máquinas rodoviárias em seu levantamento e não somente bens de capital.

De acordo com o diretor regional da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Marcelo Veneroso, os números do setor ainda "andam de lado". Ele explica que a indústria, apesar da valorização do dólar frente ao real, ainda sente os efeitos das importações.

Acumulado - Ainda de acordo com os dados da FJP, no acumulado de 2013, a agropecuária também foi um dos maiores responsáveis pelo crescimento da economia mineira na mesma base de comparação. Na primeira metade de 2013, o setor cresceu 3,3% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. O incremento foi puxado pelo desempenho positivo verificado no primeiro trimestre, quando o setor cresceu 11,8%.

Além do agronegócio, o setor de serviços também apresentou crescimento (1,8%) no acumulado do primeiro semestre. Já a atividade industrial registrou queda de 1,9% no primeiro semestre, ante igual intervalo do ano anterior.



veículo: Diário do compercio - MG


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