Alta de setembro não foi suficiente para superar a pontuação média dos últimos 60 meses, que é de 114,9 pontos
Rio O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) subiu 1% em setembro, para 114,2 pontos, o maior nível desde fevereiro deste ano. Apesar de o avanço compensar resquícios da queda no período das manifestações populares de junho e julho, o nível é insatisfatório, segundo a coordenadora-técnica de Análises Econômicas da Fundação Getulio Vargas (FGV), Viviane Seda. Isso porque a pontuação está abaixo da média dos últimos 60 meses, de 114,9 pontos.
A disposição em adquirir bens duráveis aumentou 0,7% neste mês, mas não conseguiu compensar quedas anteriores, informa a FGV. A parcela de consumidores com pretensões de compras maiores também caiu, de 16% para 13,4% Foto: JL Rosa
A alta da confiança se deve, principalmente, pela base de comparação mais baixa. "Nenhum movimento mostra uma recuperação mais forte (na economia), mas o consumidor começa a se sentir um pouco mais confiante", afirmou Viviane Seda. A volatilidade indica, contudo, que a melhora não é generalizada. "Isso mostra também que não há mudança clara na postura. Alguns consumidores ainda estão menos confiantes".
O Índice de Situação Atual (ISA) foi o principal impulso para o indicador geral, com avanço de 3,5%, para 121,3 pontos (abaixo de sua média histórica). Em sua composição, o maior peso positivo foi a percepção sobre a situação econômica atual, com alta de 4,5% em setembro ante o mês anterior. A avaliação da situação financeira das famílias teve avanço marginal de 0,9%, em função do impacto negativo dos consumidores de renda mais baixa, que se sentem mais endividados. "Isso pode ser um fator redutor do potencial de consumo deles", observou Viviane.
Futuro
Em relação aos próximos seis meses, o Índice de Expectativas (IE) teve leve alta de 0,4% em setembro, para 110,8 pontos, mantendo-se acima da média histórica (108,1 pontos).
Mesmo assim, Viviane destacou que há redução no otimismo, somada a dúvidas sobre a recuperação real da economia. Os consumidores voltam a projetar aceleração na inflação, segundo a coordenadora, e há uma percepção difundida de que o ciclo de alta de juros deva continuar.
As expectativas rebatem ainda sobre o mercado de trabalho, oscilando entre altas e baixas ao longo do ano. O Indicador de Emprego Atual, por exemplo, caiu 1,1% em setembro
A disposição em adquirir bens duráveis aumentou em setembro, em 0,7%, mas sem compensar quedas anteriores, informou a economista.
De acordo com a FGV, a parcela de consumidores com pretensões de compras maiores diminuiu de 16% para 13,4% em setembro, enquanto as de compras menores acabou recuando de 30,1% para 26,9%.
Veículo: Diário do Nordeste