Varejo mineiro demonstra otimismo

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Para 80% dos comerciantes pesquisados, faturamento deverá melhorar nos próximos 6 meses

Os comerciantes mineiros iniciaram o ano com uma expectativa positiva quanto ao desempenho de seus negócios. Para 80% deles, o faturamento deve melhorar nos próximos seis meses. Em dezembro, 60% dos empresários tiveram resultados financeiros menores ou iguais aos registrados no exercício anterior, segundo pesquisa divulgada ontem pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas).

O economista da entidade Juan Moreno de Deus explica que muito do otimismo pode ser explicado pela base mais fraca de comparação. Em janeiro, 62% deles esperam manter o faturamento em estabilidade ou com retração frente ao mês anterior. Porém, quando o assunto é o semestre, apenas 1% espera queda e 19% repetição de resultados. "Tudo indica que neste ano poderá haver redução da inadimplência e uma conjuntura econômica um pouco melhor. Por isso os empresários estão otimistas", afirma.

Uma primeira estratégia para a virada do jogo neste momento em que as vendas ainda não estão correspondendo às expectativas é a realização de promoções. A redução dos preços já em janeiro é a aposta de 71% dos entrevistados para a pesquisa.

Se o futuro pode ser de vendas em alta, o passado recente não foi tão farto assim, conforme mostra o mesmo levantamento. Com as vendas menores, os lojistas mantiveram, em sua maioria, o mesmo nível de estoque que formaram para as festas de fim de ano no exercício anterior. Esse é o caso de 73% dos ouvidos. Outros 5% compraram menos produtos e 22% aumentaram a quantidade de pedidos.


Demanda - Segundo o economista, os comerciantes acompanharam a realidade da demanda. "Como as vendas não foram altas, os empresários tiveram que segurar as compras. E os fornecedores que quiseram vender tiveram que diminuir os preços.  a lei da oferta e da procura", afirma.

Os reflexos dessa realidade para a indústria foi redução de margens, uma vez que os fornecedores tiveram que manter preços para manter a procura por seus produtos. Segundo 83% dos comerciantes ouvidos na pesquisa, os valores fixados pelos fornecedores foram mantidos, em um momento em que geralmente são reajustados já que o fim do ano é a época de maior demanda. Neste mês, para 76% dos empresários essa realidade permanece.

O setor de calçados, que geralmente é muito demandado no final do ano, foi um dos que precisou manter os preços para não fechar no vermelho. "O industrial do ramo calçadista vem segurando os preços ao longo do ano porque o mercado não está comprador", afirma o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados do Estado de Calçados do Estado de Minas Gerais (Sindicalçados-MG), Jânio Gomes.

Para o segmento de joias, a situação não é diferente. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Joalherias, Ourivesarias, Lapidações e Obras de Pedras Preciosas do Estado de Minas Gerais (Sindijoias-MG), Raymundo Viana, o setor também está reduzindo os preços. Mas para não apertar muito as margens, estão sendo utilizadas pedras mais baratas. A ideia é reduzir custos na produção para poder vender produtos com preços mais compatíveis ao bolso dos brasileiros em época de desaquecimento econômico.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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