Fortaleza registra a segunda menor alta do Brasil em janeiro, depois de ter ficado entre as maiores do ano passado
Após fechar 2013 com a segunda inflação mais alta do País (6,38%), Fortaleza começou 2014 sinalizando um certo alívio para os consumidores. O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15) de janeiro, ficou anotado em 0,47% na Capital cearense, a segunda menor alta do Brasil, atrás apenas de Brasília (0,03%).
O IPCA-15, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), utiliza a mesma metodologia do IPCA, índice oficial de inflação do país. A diferença é o período de coleta, que no primeiro se encerra ao redor do dia 15 de cada mês. Por isso, o indicador é tido como uma prévia do IPCA. O resultado local mostra uma desaceleração em relação à prévia da inflação de dezembro de 2013: 1,01%, a maior do Brasil naquele mês. No acumulado dos últimos 12 meses, Fortaleza anotou um avanço de 6,11%, o segundo maior do País, atrás de Recife (6,99%).
Vilões
Sobre os dados de janeiro, as principais altas foram na cebola (35%), na cenoura (30%) e na batata-inglesa (21%), todas em relação a dezembro. Quanto às quedas, o destaque ficou por conta das passagens aéreas e do mamão, que caíram 10,86% na mesma comparação.
No País
Em âmbito nacional, a inflação começou o ano pressionada. O IPCA-15 de janeiro, embora tenha apresentado desaceleração, ficou em 0,67%, numa taxa tida como elevada.
O resultado, porém, é inferior aos índices de dezembro (0,75%) e de janeiro de 2012 (0,88%). Em 12 meses, o índice acumula uma alta de 5,63%.
.Em dezembro, o índice oficial surpreendeu negativamente e fechou o ano em 5,91%, acima do previsto pelo mercado.
Política econômica
Para combater a inflação neste ano eleitoral, o governo deve manter neste início de 2014 a política de aumento de juros para reduzir o consumo e os preços. Desde março de 2013, o Banco Central vem elevando a Selic. A última alta, anunciada depois da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) deste mês, fez com a taxa básica de juros chegasse ao patamar de 10,5%. O leve recuo no ritmo da inflação em janeiro se deve especialmente ao impacto mais brando das passagens aéreas. Os bilhetes ficaram 16,32% mais baratos e representaram uma redução de 0,1% do índice geral.
Sem esse efeito, o grupo transportes perdeu força e subiu 0,43%, abaixo do 1,17% de dezembro. Os alimentos ganharam fôlego e subiram mais no primeiro mês do ano diante de problemas climáticos. O grupo avançou 0,96% em janeiro, após uma alta de 0,59% em dezembro. Os alimentos devem ser o principal foco de pressão da inflação no primeiro semestre.
Veículo: Diário do Nordeste