Vendas no varejo em Minas crescem menos que no país

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Alta no Estado foi de 0,9% em 2013; em todo o Brasil, expansão foi de 4,3%

As vendas do varejo em Minas Gerais cresceram 0,9% em 2013 em relação ao ano anterior, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do Estado foi inferior à média nacional, que registrou expansão de 4,3% na mesma base de comparação. A maior variação foi observada no Mato Grosso do Sul (10,9%).

Quando avaliado somente o desempenho do setor no último mês do exercício passado, houve altas de 0,4% no nível de comercialização em Minas, enquanto no Brasil observou-se um crescimento de 4%.

De acordo com o economista do IBGE Minas, Antônio Braz de Oliveira e Silva, o resultado para o Estado já era esperado, uma vez que as vendas do comércio em Minas Gerais já vinham baixas desde o início do ano passado. No entanto, ele ressalta que os diferentes comportamentos registrados entre os setores foram causados por questões específicas. "Cada um foi influenciado por um motivo, entre os quais os preços praticados, as estratégias de vendas adotadas pelos comerciantes ou pelo perfil dos próprios consumidores", explica.

Na avaliação do economista da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), Juan Moreno de Deus, a grande responsável pelo fraco desempenho do comércio no Estado ao longo de 2013 foi a maior cautela por parte dos consumidores. Conforme ele, justamente pelo alto nível de inadimplência em que se encontravam já no início do ano anterior, as pessoas optaram por usar os recursos para quitarem suas dívidas em vez de irem às compras.

"Não houve surpresa. O consumidor pensou mais antes de comprar. Além disso, os níveis de emprego se mantiveram praticamente estáveis no ano passado, fazendo com que a população não mudasse tanto os planejamentos em relação ao orçamento familiar", diz.


Segmentos - Em alguns setores, porém, as causas foram mais específicas. No caso, por exemplo, da atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, a queda de 2,6% no ano frente a 2012, a pode ser atribuída à inflação observada ao longo de 2013. "Além da pressão dos preços dos produtos alimentícios, parte do declínio está associada também à desaceleração do ritmo de crescimento da massa real de salário", explica Oliveira.

Já a atividade de venda de móveis e eletrodomésticos, conforme ele, deve parte dos resultados positivos à política de incentivo ao consumo do governo, por meio da manutenção de alíquotas de redução/isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzidas para móveis e eletrodomésticos, e ao programa Minha Casa Melhor, do governo federal.

O segmento como um todo teve as vendas ampliadas em 6% na comparação com exercício anterior. Entretanto, o economista ressalta que somente o segmento de vendas de eletrodomésticos apresentou resultados positivos (8,8%), com o segmento de móveis apresentando queda no resultado do ano (-1,3%).

Por outro lado, a baixa mais expressiva na comparação anual, observada no grupo de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, segundo o economista, é uma incógnita. "Em alguns estados esse segmento apresentou variação positiva, em outros o recuo foi menos expressivo. No caso de Minas Gerais, não sabemos ao certo o que aconteceu", revela.

Já as variações positivas ocorreram nos setores de outros artigos de uso pessoal e doméstico (12,6%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (4,4%) e combustíveis e lubrificantes (4,4%).


Varejo ampliado -
No diagnóstico do comércio varejista ampliado, que conta com todos os setores pesquisados incluindo veículos, motocicletas, partes e peças, além de material de construção, os resultados foram todos negativos no Estado e positivos na média nacional. No acumulado do ano em relação a 2012, a baixa em Minas foi de 0,5% e a alta no Brasil chegou a 3,6%.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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