Item com maior peso nos últimos 30 dias foi o de shows musicais
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de Porto Alegre, medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (IBRE/FGV) registrou variação de 0,75%, na apuração realizada para a terceira semana de maio de 2014. O resultado, divulgado ontem pela instituição, foi 0,17 ponto percentual inferior ao divulgado na segunda semana de maio, que foi de 0,92%.
O item de maior pressão positiva nos preços nos últimos 30 dias foi o de shows musicais, que teve variação de 9,82%. “Este setor teve uma influência bastante significativa nos índices, pois ele tem um peso maior, de 1,33% nos números finais”, explica o coordenador da Divisão de Gestão de Dados do IBRE em Porto Alegre, Marcio Mendes da Silva.
A batata-inglesa, segundo item de maior pressão na inflação, teve alta de 17,88%. Apesar de um valor maior que os shows musicais, o peso do produto no indicador é de apenas 0,34%. “O impacto é menor porque as famílias gastam menos com batata inglesa do que com show musical. Isso levando em consideração as famílias que ganham entre um e 33 salários-mínimos. Quanto maior a renda, o gasto é maior com este tipo de atividade”, ressalta Silva.
No entanto, o representante do IBRE em Porto Alegre afirma que a inflação na Capital vem em desaceleração, ou seja, continua crescendo, mas em menor ritmo. Isso se deve especialmente pelo grupo de alimentação, que caiu de 2,61% de março para abril para 1,56% nos últimos 30 dias. “A inflação de Porto Alegre deixou de ser a maior do País e já está nos números intermediários. A alimentação, que é o item que mais pesa na inflação, com 25%, vem desacelerando. Aumentou a oferta de produtos e os preços de itens como os hortigranjeiros e arroz demonstraram queda”, informa.
A tendência, conforme Silva, é de manutenção desta desaceleração. No entanto, esta continuidade vai depender do comportamento do clima sobre a safra de produtos como os hortigranjeiros e a continuidade de oferta ao consumidor.
A análise do resultado da pesquisa do IBRE/FGV mostra que as pressões acima da variação média foram exercidas pelos grupos educação, leitura e recreação, com 1,45%; vestuário, com 0,95%; e saúde e cuidados pessoais, com 0,85%. Já itens como despesas diversas, com 0,73%; comunicação, com 0,72%; transportes, com 0,66%; e habitação, com 0,13%, se situaram em nível abaixo da variação média.
No País, o IPC-S registrou variação de 0,69%, 0,09 ponto percentual abaixo da taxa divulgada na última apuração, que fechou em 0,78%. Além de Porto Alegre, as demais capitais pesquisadas — Salvador, Brasília, Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo — registraram decréscimo em suas taxas de variação.
Veículo: Jornal do Comércio - RS