Quitação de dívida atrasada caiu 0,43% de janeiro a maio
Um maior número de consumidores belo-horizontinos estão deixando de quitar suas dívidas. O número de pagamento dos valores em atraso teve uma queda de 0,43% no acumulado entre janeiro e maio deste ano. o pior resultado dos últimos dois anos para o período, conforme dados apurados pelo Sistema de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), divulgados na segunda-feira.
No mesmo período de 2013, havia sido registrada uma alta de 5,94% na recuperação de crédito na Capital. Em 2012, a elevação foi ainda maior, de 8,78%. Segundo a economista do CDL Ana Paula Bastos, a maior dificuldade dos consumidores de reorganizarem as finanças tem ligação direta com a atual conjuntura econômica. "O efeito corrosivo da inflação na renda das famílias tem dificultado o pagamento das dívidas", afirma.
Além disso, a elevação das taxas de juros tem dificultado qualquer negociação para aqueles que ainda pensam em quitar as dívidas. Isso porque as prestações ficam cada vez mais elevadas com o efeito das taxas de juros. E aqueles que entram no rotativo do cartão de crédito sofrem mais ainda para deixarem de ser inadimplentes.
Quando é analisado apenas o mês de maio, é quantificada uma queda de 0,17% no pagamento das dívidas em atraso na comparação com o mês imediatamente anterior. Em relação ao mesmo mês do exercício passado, houve uma elevação de 1,09%.
Atraso - Já o número de dívidas em atraso em Belo Horizonte registrou elevação de 1,75% em relação ao mês anterior. Comparado com maio de 2013, a inadimplência cresceu 1,13%. No acumulado do ano a situação é ainda pior. Nos cinco primeiros meses de 2014, a elevação no número de endividados foi de 3,87%.
Para o comércio, a notícia é duplamente negativa. De um lado, o mais óbvio, os lojistas têm prejuízos, uma vez que já pagaram por determinada mercadoria e não receberam dos clientes. E, de outro, uma inadimplência em alta prejudica compras futuras.
"As pessoas consomem menos porque precisam reorganizar a vida financeira. E muitas pessoas precisam de crédito para realizar novas compras, o que é comprometido quando estão inadimplentes", explica. Dessa forma, os comerciantes têm revisto para baixo as projeções de crescimento e intenções de investimentos no negócio.
Pesquisa divulgada recentemente pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) havia demonstrado que a maioria das pessoas (73,4%) compromete a renda com cartão de crédito. E as principais causas apontadas pelos próprios consumidores para o descontrole financeiro na época foi a falta de planejamento e a inflação.
Veículo: Diário do Comércio - MG