Venda da Copa muda o comércio da Capital

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Comercialização em Porto Alegre alcançou menos do que a metade do esperado, dizem entidades


Pesquisas realizadas por entidades do comércio varejista apontam que as vendas das lojas da Capital durante os primeiros dias da Copa do Mundo não tiveram os resultados esperados. De acordo com levantamento realizado pela CDL Porto Alegre, a estimativa de consumo dos turistas para o primeiro final de semana do Mundial deveria ser de R$ 19 milhões, porém, as vendas alcançaram menos da metade deste valor, R$ 8 milhões.

“A expectativa é de que os próximos jogos tragam resultados mais significativos em nossas lojas”, comentou o presidente da entidade, Gustavo Schifino. “Soma-se a esse cenário o impacto negativo da Copa no consumo do Dia dos Namorados, tendo em vista o fechamento das lojas no horário dos jogos, e o fato de o mês de junho ter um sábado a menos. Poderemos ter o pior desempenho do varejo no período dos últimos cinco anos”.

A projeção inicial da CDL Porto Alegre é de que o evento injete no varejo da cidade cerca de R$ 101.803 milhões. Schifino ainda aposta que a presença cada vez maior de turistas possa reverter esse panorama atual.

Levantamento realizado pelo Sindilojas Porto Alegre indica que as vendas no dia do primeiro jogo do Brasil, 12 de junho, e no dia do primeiro jogo em Porto Alegre não foram positivas. Para 80% dos entrevistados, as vendas diminuíram em função do fechamento antecipado das lojas e da insegurança da população devido aos protestos. A média da queda em vendas foi de 35% em relação ao mesmo período do ano passado. O primeiro jogo em Porto Alegre aconteceu no último domingo, e 73% dos lojistas consultados não abriram. Os 28% que abriram as lojas relatam queda média de 31% nas vendas. Apesar disso, 67% dos consultados afirmam que as lojas estão realizando ações especiais, como decoração temática. E em 59% dos estabelecimentos há empregados que se comunicam em outros idiomas.

O comportamento do comércio foi parecido quanto ao horário de funcionamento das lojas, com 91% das lojas fechadas durante o jogo da Seleção Brasileira, sendo que 23% delas fechou uma hora antes do início da partida. Segundo os entrevistados, esta realidade deve se repetir nos demais jogos da Seleção. O levantamento ainda mostra que 81% das lojas não reabriram após o jogo. Quanto ao público, 25% dos lojistas recebeu estrangeiros nas lojas, sendo que as origens mais frequentes são Argentina, Uruguai, Honduras, Austrália, Chile, França e China.

Apesar dos números, os lojistas dos segmentos esportivos e de vestuário são os mais beneficiados, com a venda de peças nas cores do Brasil, além das camisetas de seleções. Estes revelam aumento de 7% nas vendas, na comparação com o ano passado.

A opinião geral dos lojistas é de que as vendas ainda podem melhorar com o decorrer do evento. Porém, há segmentos que não percebem alteração em razão da vinda de turistas, como por exemplo, material de construção, calçados, cosméticos e perfumaria.

Para o presidente do Sindilojas Porto Alegre, Paulo Kruse, o resultado era esperado. “Nos dias de jogos, realmente, a movimentação nas ruas e shoppings cai, pois todos estão focados em assistir a Seleção. Porém, continuamos considerando o evento positivo e uma oportunidade para o comércio da cidade. Lojas que sabem aproveitar o momento estão lucrando ao expor produtos nas cores dos países que vieram para Porto Alegre, por exemplo. A evolução do Brasil na competição também vai motivar o consumidor”, afirma.
Refeição em bares e restaurantes encarece no mês

Nas últimas duas semanas, a inflação em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre tem sido puxada, entre outros itens, pela variação dos preços em bares e restaurantes. Com a Copa do Mundo e a maior movimentação de pessoas assistindo aos jogos fora de casa, os preços podem avançar ainda mais.

As refeições em bares e restaurantes de Porto Alegre registraram inflação de 0,28% na primeira semana e 0,83% na segunda semana, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).  À primeira vista, o número pode parecer baixo, mas segundo a FGV o item aparece entre os principais que contribuíram para a inflação no período. Por isso, ao sair para assistir aos jogos da Copa cuidado com a empolgação, pois ela pode custar caro.

Em São Paulo, a inflação de bares e restaurantes foi de 1,02% na pesquisa da primeira semana de junho e 0,9% na da segunda semana. A variação apurada se refere ao aumento de preços registrado nas últimas quatro semanas anteriores à divulgação, tecnicamente chamada de inflação quadrissemanal. No caso do Rio de Janeiro, os preços subiram 0,68% na primeira semana e 0,59% na segunda semana.

O índice oficial de inflação (Índice de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA) de junho ainda não foi divulgado, mas até maio acumula alta de 3,33%. As refeições fora de casa sofreram aumento de preços um ponto percentual acima do IPCA (4,33%). A alimentação fora de domicílio, que também inclui o consumo de bebidas, doces e outros, sobe 4,46% no ano.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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