A taxa de 1,7% apurada, neste período, ficou abaixo do índice de 2,3% registrado no primeiro trimestre deste ano
Os alimentos subiram menos no segundo trimestre deste ano e fizeram com que a inflação percebida pelas famílias compostas majoritariamente por idosos desacelerasse a 1,7% no período, informou ontem, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Enquanto isso, no primeiro trimestre deste ano, o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i) subiu 2,3%.
O grupo Alimentação avançou 1,31% no acumulado de abril a junho, três pontos porcentuais a menos do que nos primeiros três meses do ano. "Mas a desaceleração foi conduzida principalmente pela alimentação in natura. Hortaliças e legumes e frutas, em especial, desaceleraram muito em relação ao primeiro trimestre", observou o economista da Fundação Getulio Vargas André Braz.
Alívio moderado
Sem essa contribuição, destacou André Braz, os alimentos ainda teriam subido 3,12%. "Isso mostra que (o alívio nos preços) não é tão generalizado assim", acrescentou. Além disso, as passagens aéreas 22,58% mais baratas ajudaram a reduzir o nível de inflação percebido pelos idosos no segundo trimestre.
Medicamentos
Contudo, nem todas as contribuições foram benéficas. O reajuste de medicamentos autorizado pelo governo federal em abril deste ano, por exemplo, fizeram com que o item ficasse até 3,65% mais caro. Também aumentaram os planos e seguros de saúde (2,14%), fazendo com que a taxa trimestral do IPC-3i ficasse acima do observado na média das famílias (1,64% no segundo trimestre deste ano).
Em 12 meses até junho, a inflação da terceira idade acelerou a 6,42% e deve continuar ganhando força. "No terceiro trimestre do ano passado, a inflação foi de 0,19%. Essa é uma meta fácil de ser batida, uma vez que vários preços administrados devem ter alta forte no terceiro trimestre deste ano, entre eles a tarifa elétrica residencial" disse Braz.
O IPC-3i representa o cenário de preços observado por famílias com pelo menos metade dos membros com 60 anos ou mais e renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos.
Veículo: Diário do Nordeste