Encomendas para Natal vão depender do desempenho no Dia da Criança

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Fabricantes esperam o resultado das vendas de brinquedos no próximo dia 12 para projetar demanda do varejo para o final do ano. Juntas, as datas representam 70% do faturamento do setor




Os fabricantes de brinquedos esperam o comportamento do varejo no Dia da Criança para tentar estimar a demanda para o Natal. As duas datas concentram 70% do faturamento do setor e podem ajudar a reverter o fraco movimento no primeiro semestre.

Caso o último trimestre seja favorável, o setor pode crescer 12% no ano, totalizando R$ 9,5 bilhões em faturamento, prevê a Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). O Dia da Criança será um termômetro para essa estimativa (leia mais na página 3).

Segundo o presidente da Estrela, Carlos Tilkian, a partir do dia 15 de outubro a empresa terá como avaliar o desempenho dos produtos no varejo e, se necessário, fazer ajustes na produção.

Atualmente, a Estrela opera em dois turnos, mas Tilkian afirma que se for necessário, tem capacidade para abertura de um terceiro turno, ampliando a capacidade produtiva em 20% a 30%. "O Natal é o principal momento para a indústria, porque o varejo compra com mais agressividade", conta. Mantido o ritmo, a expectativa da empresa é encerrar o ano faturamento 25% maior em relação ao ano passado.

Na avaliação do gerente de marketing da Grow, Gustavo Arruda, o primeiro semestre do ano foi marcado pelo desempenho ruim, abaixo das médias da empresa em períodos anteriores. Mesmo assim, a empresa viu o volume de pedidos crescerem 10% para o Dia da Criança e espera alcançar, pelo menos, o faturamento do ano passado.

Já o presidente da Estrela espera que as vendas no varejo, relacionadas ao Dia da Criança, vão superar o registrado no ano passado, refletindo o aumento da colocação dos brinquedos no mercado.

"Nossa expectativa é muito positiva, porque os nossos pedidos vieram acima da média do ano passado", explicou.

De acordo com Carlos Tilkian, quando o consumo vai mal, os varejistas optam por marcas já consolidadas no mercado e que garantem um giro mais rápido, assegurando um bom retorno de vendas.

O cenário para o próximo ano já preocupa o setor, de acordo com os executivos. O gerente de vendas da Xalingo, Alexandre Marques, prefere não fazer previsões para 2015, embora tente manter o otimismo quanto ao desempenho neste ano. "Nós já estamos perto de 14% de crescimento no faturamento em relação ao ano passado", conta.

Dificuldades

A maior preocupação das fabricantes brasileiras de brinquedos está relacionada à concorrência dos importados e pirateados, destaca o presidente da Abrinq, Synésio Batista da Costa. Segundo ele, os importados ainda devem representar 45% dos brinquedos vendidos em 2014.

Tilkian lembra também que a pirataria ainda é um dos problemas enfrentados pelo setor. "Como esses produtos são comercializados no mercado informal, nós não podemos nem contabilizar quanto isso representa em números", explica.

A competitividade da indústria nacional de brinquedos depende, em grande parte, da taxa de câmbio, de acordo com Batista da Costa. Na opinião dele, com a manutenção do dólar em um patamar mais elevado, as empresas brasileiras poderão ganhar 5% do mercado - fatia, atualmente, dos chineses.



Veículo: DCI


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