Para 2016, a expectativa do mercado é de crescimento de 1,50% ante projeção de 1,54% da outra semana; IPCA deve fechar o ano em 7,01%, segundo mediana das previsões do relatório Focus
Mal iniciado o segundo mês do ano, o mercado financeiro segue com uma posição desanimadora em relação ao crescimento do País em 2015, que deve beirar mais uma vez a estabilidade, segundo analistas do setor privado.
Para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de acordo com o Relatório de Mercado Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, a estimativa é de expansão de 0,03% ante taxa de 0,13% apontada no levantamento anterior - essa foi a quinta revisão consecutiva desse indicador. Há quatro semanas, a aposta era de uma alta este ano de 0,50%.
Já para 2016, a expectativa é mais otimista, mas, mesmo assim, passou por deterioração esta semana. A projeção de crescimento de 1,54% da semana anterior foi substituída por uma taxa de 1 50%. Quatro semanas atrás, a mediana das projeções de crescimento do PIB no ano que vem era de 1,80%.
A produção industrial segue como setor vital para a confecção das previsões para o PIB em 2015 e 2016. No boletim Focus, a mediana das estimativas do mercado para o setor manufatureiro revela uma expectativa de alta de 0,50% para este ano ante 0,69% prevista na semana passada e de 1,04% de quatro semanas atrás.
Para 2016, as apostas de expansão para a indústria seguem em 2 50%, mesmo patamar da semana anterior, porém mais baixo do que o de um mês antes, quando estava em 2,68%
Os economistas mantiveram inalteradas suas estimativas para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB. Para 2015, a mediana das previsões permaneceu em 37%, quatro semanas antes esse número estava em 37,30%. No caso de 2016, as expectativas caíram de 37,40% para 37% - no boletim divulgado há um mês a taxa era de 37,90%.
Meta de inflação
O mercado financeiro vê ainda mais distante do que antes a possibilidade de cumprimento da meta de inflação de 4,5% em 2015. A piora das expectativas para os indicadores de preços pode ser constatada em diferentes variáveis para diferentes períodos levantados pelo relatório. De acordo com o documento, a mediana das previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 6,69% para 7,01%. Há um mês, a mediana estava em 6,56% no ano.
Também no Top 5 de médio prazo, que é o grupo dos economistas que mais acertam as previsões, a mediana segue acima da banda superior da meta, desde a semana passada segue em 6,85. Quatro semanas atrás, estava em 6,40%.
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, admitiu que o IPCA subiria nos primeiros meses deste ano, mas avaliou que entraria em um período de declínio mais para frente e encerraria 2016 no centro da meta de 4,5%.
Apesar desse prognóstico mais positivo para o médio prazo, as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente seguem em nível elevada. Elas, esta semana, no entanto, recuaram de 6,69% para 6,61%, permanecendo acima do teto da meta (6,50%) - há um mês estavam em 6,60%.
Curto Prazo
As projeções para o curto prazo também continuam em nível elevado na Focus: a taxa para janeiro de 2015 segue em 1,20% pela segunda semana seguida. Um mês antes, essa taxa estava em 0,97%. Para fevereiro, a mediana das previsões passou de 1,00% para 1,01%, ante 0,72% de quatro semanas atrás.
Na pesquisa geral, a mediana das projeções para o IPCA de 2016 foi uma das poucas a não mostrar piora, com projeções estáveis em 5,60% - desaceleração em relação um mês atrás, quando estava em 5,70%. A taxa também ficou estacionada em 5,60% no âmbito do grupo Top 5 de médio prazo - um mês antes estava em 5,25%. /Estadão Conteúdo
Veículo: DCI