Roubos, furtos, extravios e gestão defasada contribuem para que o setor perca faturamento
Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) apontou que os varejistas dos principais segmentos de bens de consumo - supermercados, farmácias e material de construção - deixam de lucrar R$ 1 bilhão ao ano com perdas no ponto de venda.
Segundo o presidente da entidade, Claudio Felisoni, o indicador atingiu 2,31% do faturamento líquido das empresas e mostra que, aos poucos, os empresários mostram maior atenção à prevenção de perdas. "Em 2012 esse indicador era de 1,83% e passou para mais de 2% em 2013. Isso indica que os varejistas estão mais atentos às ações que levam as lojas a terem prejuízos", disse ele.
A pesquisa identificou que, em 2013, os supermercados deixaram de lucrar em 5,20% em razão de perdas; nas farmácias, o índice foi de 1,37%, e no segmento de material de construção, 1,41%. Os dados contaram com o apoio da Associação Brasileira de Supermercados (Abras); do Sebrae e da Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco), em levantamento que ouviu mais de 5 mil lojistas.
Supermercados
Entre os supernercadistas, 61% afirmaram ter um setor ou tomar medidas de prevenção de perdas, contra 39% que disseram não ter; 43% conseguiram identificar a origem da perda e 57% não conseguiram. "Não conseguir identificar significa não empregar ações contra", argumentou Felisoni.
Foi constatado na pesquisa que os furtos externos (feitos por clientes) correspondem a 21% das perdas. O internos equivalem a 14%. "É necessário motivar os funcionários, assim eles não terão motivo para prejudicar a empresa que representam", afirmou.
Farmácias
Nas redes de drogarias, o indicador foi um pouco menor: 1,37%. Foi constatado que 89% das empresas fazem prevenção de perdas, contra 11% que não tomam nenhuma providência. As perdas nas redes de farmácias ocorrem pelos seguintes motivos: 23% por furto interno; 29% quebras operacionais; 24% erros operacionais; 12% furtos internos; 3% por fraude de terceiros e 9% por outros motivos. "Os produtos mais roubadas nesse segmento são Dorlfex, desodorantes, chocolates, Coristina, Neosaldina. Esses produtos ficam à mostra, o que facilita o roubo", disse Felisoni.
Material de construção
No segmento de material de construção, as perdas representam 1,41% do faturamento. O estudo do Ibevar identificou que as varejistas do segmento costumam usar o inventário para identificar as perdas nos pontos de venda. "65% deles fazem inventário semestral. Outros 35%, anual", disse o especialista.
Os pequenos e médios varejistas não ficaram de fora da pesquisa. Foi identificado que, em 2013, eles perderam 6,8% do seu faturamento.
Veículo: Site DCI