Depois de o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro ter ficado bastante alto e o de fevereiro, acima das expectativas, analistas do mercado financeiro tiveram de rever suas projeções para a inflação. Houve mudanças para pior - muitas delas, fortes - em quase todos os indicadores no Relatório de Mercado Focus, divulgado pelo Banco Central, nesta segunda-feira (16) principalmente para os de prazo menor. A mediana das previsões para o IPCA de 2015 passou de uma alta de 7,77% para 7,93%. Há um mês, a mediana das estimativas para o indicador estava em 7,27%. Esta é a décima primeira semana consecutiva em que há alta das previsões para o IPCA deste ano.
A expectativa de que o BC não entregará, portanto, a inflação de 2015 sem estourar o teto de 6,50% da meta também pode ser vista no Top 5 de médio prazo, que é o grupo dos economistas que mais acertam as previsões. Para esses profissionais, a mediana para o IPCA deste ano segue acima da banda superior da meta e passou de 7,97% na semana passada para 8,33% agora. Quatro semanas atrás, estava em 7,12%.
Para o final de 2016, a mediana das projeções para o IPCA foi levemente ampliada de 5,51% para 5,60%. No Top 5, a projeção para a inflação no final do ano que vem subiu de 5,45% para 5 61% - um mês antes estava em 5,65%.
O Banco Central trabalha com um cenário de alta para o IPCA nos primeiros meses deste ano, mas conta com um período de declínio mais para frente, levando o indicador a ficar no centro da meta de 4,5% no encerramento de 2016. Apesar desse prognóstico mais positivo para o médio prazo, as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente seguem elevadas. Nessa divulgação da Focus frente a anterior, essa projeção passou de 6,53% para 6 58% -- um mês antes estava em 6,56%.
No curto prazo, os preços mostram mais descontrole. Depois da alta de 1,24% de janeiro, revelada pelo IBGE, e de 1,22% em fevereiro, a projeção para a taxa em março, também está acima de 1% agora. De acordo com o boletim Focus, a mediana das estimativas passou de 1,14% para 1,31% - um mês antes, estava em 0,70%. Algum refresco para a inflação mensal é aguardado apenas para abril, quando o índice deve ter alta de 0,60%. Esse indicador, na semana anterior, estava em 0,58%.
PIB
Mais uma vez apresentando forte piora, a produção industrial foi o estopim para uma nova correção para baixo das previsões do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2015. A perspectiva de retração para o País se aprofundou e passou de -0,66% para -0,78% no Relatório de Mercado Focus.
Há quatro semanas, a estimativa era de queda de 0,42%. Esta foi a décima-primeira revisão seguida para baixo desse indicador. Para 2016, a expectativa segue um pouco mais otimista, apesar de também ter sido diminuída. A previsão de alta de 1,40% foi substituída pela de 1,30%.
Veículo: Diário de Pernambuco