Varejistas esperam aumentar as vendas em 8,5% neste ano

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Entidade do setor diz que falta interiorização em Minas

 



As vendas dos shopping centers de Minas Gerais devem acompanhar o desempenho nacional do setor e crescer em torno de 8,5% neste ano frente às de 2014, quando já haviam aumentado 7% em relação às de 2013. Além disso, mais quatro malls devem ser inaugurados no Estado em 2015. Por outro lado, o segmento ainda enfrenta alguns desafios em território mineiro, como ganhar maior interiorização e vencer as barreiras impostas pelo arcabouço legal para a implantação de novos empreendimentos.

"Ainda falta a interiorização dos shoppings em Minas, há uma concentração grande na Capital", pontuou o presidente da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), Glauco Humai. Segundo ele, dos 43 malls do Estado, 22 estão em Belo Horizonte. Apenas 14 outras cidades, o equivalente a menos de 2% dos municípios mineiros, têm centros de compras.

Humai considera que o processo de interiorização "é inevitável", tanto que, segundo ele, o número de shoppings em cidades do interior do país ultrapassou o das capitais no ano passado. "Isso é natural porque existem mais municípios do que capitais e alguns grupos passaram a se especializar no interior, o que não significa que as capitais estejam saturadas, mas sim que hoje o investidor tem duas opções", explicou.


Diversificação -
Além da tendência de interiorização, Humai acredita que cada vez mais serão construídos complexos multiuso. Na avaliação dele, hoje dificilmente se constrói apenas um grande centro de compras em uma cidade de porte maior. O que se tem verificado são empreendimentos que já reúnem torres comercial e residencial, e outros tipos de serviços, como hospitais e academias.

"Essa é uma tendência para maximizar o custo do terreno e potencializar o fluxo de pessoas dentro do shopping. Esses complexos multiuso no Brasil já são 32% do total de shoppings e a tendência é que isso aumente principalmente em cidades grandes porque a concorrência está muito grande, os terrenos estão muito caros", disse.


Burocracia -
Outro desafio para os shoppings hoje é a instabilidade regulatória. Para Humai, a malha legislativa no país é "imensa" e não favorece o investimento não só do segmento, mas de todo o setor produtivo do país, seja ele indústria, comércio ou serviço. Além disso, há uma tendência de criação de leis que impõem aos shoppings obrigações que, no final das contas, podem impactar no bolso do consumidor.

Soma-se à questão legal os problemas relacionados às áreas trabalhista, tributária e de infraestrutura do país. "Isso atrapalha a vinda de grupos internacionais. Não é um problema específico dos shopping centers, mas de todo os setores produtivos da economia nacional", resumiu.

"No fim, isso encarece o custo final do produto. No Brasil, grande parte do custo é dividida. Parte é absorvida pelo empreendedor, pelo lojista e pelo consumidor. Ninguém quer ficar com o custo total. Na medida em que se coloca custo no shopping center, isso vai ser repassado para o consumidor", avaliou o representante dos malls de todo o país,


Resultados -
Em contrapartida, o desempenho do setor vai de vento em popa. No ano passado, só no Estado, a indústria de malls faturou R$ 10,9 bilhões, um aumento de 7% em relação a 2013. Só em Belo Horizonte as vendas somaram R$ 5,2 bilhões, 4% a mais, na mesma comparação. Até 2014, os shoppings mineiros geraram 66 mil empregos, sendo 31,4 mil só na Capital.

"Minas Gerais é a terceira unidade da federação em número de shoppings, mas vejo o Estado muito mais importante no futuro do que agora", afirmou o presidente da Abrasce. De acordo com ele, dentro de cinco a dez anos, Minas deve passar o Rio de Janeiro em número de shoppings, ficando atrás apenas de São Paulo. A previsão foi feita com base na quantidade de municípios do Estado e no potencial para a construção de novos empreendimentos especialmente no interior.

Atualmente, cerca de 15 milhões de pessoas circulam por mês nos shoppings da Capital, número seis vezes maior do que a própria população da cidade. No Estado, não é diferente. São 33 milhões de pessoas visitando os malls espalhados por Minas Gerais, enquanto a população mineira não passa de 21 milhões de habitantes.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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