Inflação acumula 8,29% na Capital em 12 meses

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Somente no mês de março, os preços subiram 1,57%. Já no acumulado deste ano, a alta é de 3,5%

 



Fortaleza já acumula uma inflação de 3,5% neste ano. Em março, a alta foi de 1,57%, a quarta maior do Brasil e acima da média nacional, representando um acréscimo de 0,75 ponto percentual em relação a fevereiro (0,82%). Nos últimos 12 meses, a Capital cearense aparece com uma variação de 8,29%, de acordo com Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No País, o IPCA de março apresentou variação de 1,32%, ficando 0,10 ponto percentual acima da taxa de fevereiro (1,22%). Este é o maior índice mensal desde fevereiro de 2003, quando atingiu 1,57%, além de ser a taxa mais elevada para os meses de março desde 1995 (1,55%).

O acumulado em 2015 ficou em 3,83%, a maior taxa para um primeiro trimestre desde 2003, quando a alta foi de 5,13%. Nos últimos 12 meses, o índice foi para 8,13%, o mais elevado desde dezembro de 2003 (9,3%). Em março de 2014, o IPCA ficou em 0,92%.

No que se refere à inflação de março, Fortaleza só ficou atrás de Curitiba (1,69%), Campo Grande (1,79%) e Porto Alegre (1,81%), tendo a quarta maior alta do País. No acumulado do ano e dos últimos 12 meses, aparece na sétima e sexta colocações do ranking nacional, respectivamente.

De acordo com o IBGE, mais da metade do índice de março ficou na conta da energia elétrica, cujo aumento médio de 22,08% gerou 0,71 ponto percentual de impacto sobre fevereiro, o mais expressivo do mês, representando 53,79% do IPCA. Desde 2 de março, quando entrou em vigor a revisão das tarifas aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ocorreram aumentos extras. Na mesma data, houve reajuste de 83,33% sobre o valor da bandeira tarifária vigente, a vermelha, passando de R$ 3,00 para R$5,50.

À exceção de Recife, que apresentou variação de 0,65% em razão da redução de impostos, as demais regiões pesquisadas tiveram aumentos significativos na energia. Em Fortaleza, a variação da energia elétrica no mês foi de 25,81%, sendo o reajuste extraordinário 8,91%.

Habitação


No IPCA do mês, os gastos com habitação, em que se encontra o item energia, registraram o maior resultado de grupo, 5,29%. Nele destacam-se, ainda, o aumento de 1,25% no item mão de obra para pequenos reparos e de 0,96% no condomínio.

As despesas com alimentação subiram 1,17%, um aumento de 0,29 ponto percentual. Juntos, o grupo dos alimentos e o da habitação exerceram impacto de 1,08 ponto percentual e explicam grande parte do IPCA do mês, 81,82%. Nos alimentos, que ficaram 3,50% mais caros neste ano e 8,19% nos últimos 12 meses, foram registrados aumentos expressivos em alguns itens, especialmente na cebola (15,10%) e nos ovos (12,75%)

No grupo dos transportes (0,46%), cabe destacar a alta da gasolina, cujos preços se elevaram em 1,26%, ainda refletindo uma parte do aumento nas alíquotas do PIS/Cofins que entrou em vigor em 1º de fevereiro. O litro do combustível totaliza 9,80% de aumento médio neste ano. Nos últimos 12 meses a alta foi de 11,49%, chegando a 17,05% em Fortaleza.

Do lado das quedas, os destaques ficaram com os itens passagens aéreas (-15,45%) e telefone fixo (-4,13%). O decréscimo está relacionado à redução média de 22% nas tarifas de telefonia fixa para móvel, vigente desde 24 de fevereiro.

Maior peso

O que mais pesou no bolso dos fortalezenses, em março, foram os preços dos itens ligados ao grupo da habitação (5,57%), educação (4,34%) e alimentos e bebidas (1,14%). Na habitação, por exemplo, só a energia elétrica residencial teve alta de 25,81%. Na educação, a variação mais representativa foi a dos cursos (6,17%). Entre os itens de alimentos e bebidas, o maior impacto foi do sal e condimentos (5,11%). Em seguida, aparecem os grupos de saúde e cuidados pessoais (0,96%), transporte (0,82%), vestuário e despesas pessoais (0,14%). Em Fortaleza, os itens que tiveram as maiores quedas foram o pescado (-1,53), a comunicação (1,22%) e o transporte público (1,19%).

Menor renda


Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou variação de 1,51% em março, acima do resultado de 1,16% de fevereiro em 0,35 ponto percentual. No 1º trimestre do ano o índice situa-se em 4,21%, acima do percentual de 2,10% verificado em igual período de 2014.

Considerando os últimos 12 meses, o índice foi para 8,42%, bem acima da taxa de 7,68% dos 12 meses anteriores. No último mês, em Fortaleza, o INPC teve aumento de 1,40%, o quarto menor entre as regiões pesquisadas. No ano e nos últimos 12 meses, respectivamente, a Capital cearense acumula variações de 3,54% e 8,14%.

O INPC, calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de um a cinco salários mínimos.

IPCA é o maior para o mês desde 1995

Rio. No Brasil, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu para 1,32% em março, ante alta de 1,22% em fevereiro, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado de março é o maior para o mês desde 1995 (+1,55%) e o maior desde fevereiro de 2003 (+1,57%).

No primeiro trimestre, o IPCA acumula alta de 3,83%, número abaixo da mediana esperada, de 3,89%, mas dentro do intervalo das estimativas, que ia de 3,70% a 4,30%, porém a mais elevada para esse período desde 2003, quando a alta foi de 5,13%.

"Lá em 2003, o ano vinha trazendo inflação que começou no segundo semestre de 2002. O ano de 2002 fechou com inflação de 12,52%. E teve o efeito do dólar. A característica do primeiro trimestre de 2003 tem pontos em comum com esse ano, mas o perfil é diferenciado. Porque ali foi uma mega desvalorização do real que influenciou os preços, por conta das eleições, influenciou a alta do dólar e isso se descarregou ainda no primeiro trimestre de 2003", disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

Em 12 meses, o indicador acumula alta de 8,13%, a maior desde dezembro de 2003 (9,3%). A estimativa mais recente do boletim Focus, do Banco Central, apontava que os economistas do mercado financeiro previam que o IPCA atingisse 8,2% no final deste ano. O valor está bem acima do teto da meta de inflação do BC, de 6,5%. "O consumidor está pagando mais para vários produtos, sobretudo para se alimentar ", afirmou Eulina.

Energia subiu  60% em um ano

Rio. A energia acumula alta de 60,42% nos últimos 12 meses terminados em março, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE. O valor fica bem acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial, que foi de 8,13% nos últimos 12 meses - o maior índice desde o ano de 2003.

Quando considerado somente o mês de março, a energia elétrica teve alta de 22,08%, respondendo por mais da metade do aumento total do índice de inflação nesse mês. O setor alimentação também teve destaque, com alta de 1,17% no mês.

Revisão pesa


Segundo Eulina dos Santos, coordenadora do IBGE, os aumentos de energia ficaram "concentrados em março" por causa dos impactos, no mesmo mês, da revisão tarifária (aumento extraordinário) e o reajuste da bandeira vermelha.

A revisão tarifária permite reajustes extraordinários concedidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) às distribuidoras - neste ano, o reajuste ocorreu para cobrir os maiores custos com a compra de energia termelétrica, mais usada diante da estiagem que afeta o reservatórios das hidrelétricas.

Para abril, diz Eulina dos Santos, não é esperada a mesma concentração de ajustes, o que abre espaço para altas menores da energia. Neste mês, estão programados reajustes anuais (previstos no calendário da Aneel) para as distribuidoras da região metropolitana de Belo Horizonte (MG) e de Campo Grande (MS).

Opiniao do especialista

Expectativa para este ano segue negativa


A expectativa para a inflação neste ano é negativa, principalmente por conta dos preços administrados. Vale lembrar ainda o impacto do aumento do dólar, que influencia em alguns produtos consumidos no País, e que ainda não foi totalmente repassado ao consumidor. Além disso, o preço do (barril do) petróleo voltou a subir no mercado internacional.

O aumento dos preços tem sido em cima de itens básicos. Por isso, o consumidor precisa ficar ainda mais atento para não desequilibrar o orçamento familiar com a compra de produtos essenciais.

Uma das alternativas é substituir as marcas dos produtos, além de pesquisar estabelecimentos que estão praticando os menores valores.

A gente já começou a perceber que, nos supermercados, as pessoas já estão fazendo compras fracionadas, aproveitando o calendário de promoções para minimizar os efeitos no bolso.

Alex Araújo
Economista



Veículo: Diário do Nordeste


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