Juros agrícolas serão elevados nesta semana

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Reajuste das taxas deve ser anunciado até quinta-feira, de acordo com os ministros da Agricultura e da Fazenda

 



Até o fim desta semana, o governo vai anunciar novas taxas de juros que serão praticadas para o setor agrícola. De acordo com a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, os novos índices, que serão? mais altos, serão? apresentados pela presidente Dilma Rousseff até quinta-feira, junto com a divulgação das condições para o pré-custeio, modalidade de financiamento para a compra de insumos e fertilizantes.

Em defesa dos ajustes na economia e com o discurso da "realidade fiscal", o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que "obviamente" os juros agrícolas serão reajustados. "Os juros vão ter aquele realinhamento natural diante da situação que a gente está vivendo", afirmou.

Kátia e Levy participaram ontem da Tecnoshow Comigo, feira de tecnologia para o agronegócio em Rio Verde, estado de Goiás. Kátia Abreu ressaltou a importância da presença de Levy, dizendo não se lembrar de nenhuma vez que um ministro da Fazenda tenha saído de Brasília para participar de uma feira de agronegócios.

A ministra explicou que os juros mais baixos praticados nos últimos anos fizeram com que os produtores rurais se capitalizassem. "Estamos em outra condição fiscal", afirmou. Ela indicou que as taxas de financiamentos agrícolas vão acompanhar as movimentações de mercado. "Se houver aumentos nas condições do juro no mercado nacional, o juro da agricultura também deverá alterar", disse. "Mas volume de recursos não irá faltar", garantiu.

Kátia informou que as novas taxas não serão incompatíveis com o setor, mas não quis adiantar os valores. "Em quanto os juros vão aumentar será anunciado nas próximas horas pela presidente, junto com o pré-custeio", disse antes de ponderar que o anúncio será feito nesta semana, possivelmente até quinta-feira.

O pré-custeio é uma antecipação ao Plano Safra 2015-2016, para que o setor viabilize a produção. De acordo com Levy, o anúncio do plano será feito até o fim deste mês. "Vamos anunciar o novo Plano Safra com realismo", disse.

Os ministros tiveram que ouvir as insatisfações do setor. O presidente da Comigo, uma das maiores cooperativas agrícolas do País, Antônio Chavaglia, que é responsável pela organização da feira, criticou a baixa destinação de recursos do governo para o seguro agrícola. Após as declarações de Levy e Kátia, Chavaglia disse que há uma apreensão do produtor rural com a indefinição das taxas de juros.

Na tentativa de dinamizar a economia no agronegócio, o governo vai ampliar o crédito para a classe média. Levy e Kátia anunciaram que o governo pretende aumentar entre 20% e 25% os recursos disponibilizados pelo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). No ano passado, o volume liberado chegou a R$ 16 bilhões, segundo a ministra da Agricultura.

Levy defendeu que o incentivo à classe média pode alavancar uma série de atividades. De acordo com a ministra da agricultura, a classe média rural encolheu nos últimos anos, ao contrário da classe média urbana.

Kátia Abreu afirmou ainda que o governo vai apresentar uma medida provisória que garante R$ 300 milhões ao seguro rural. Segundo ela, o valor não tinha sido empenhado no fim do ano passado. O Ministério da Fazenda estaria articulando a elaboração do texto com a Casa Civil, mas a ministra não disse qual o prazo para apresentação ao Congresso.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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