Maior inflação em linha reta do Brasil

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Região Metropolitana do Recife tem o maior índice do IPCA do país, com 1,51% na alta de preços e serviços. Já o índice acumulado de 12 meses foi de 7,85%

 



A inflação de 1,51% da Região Metropolitana do Recife em maio foi a maior das 13 regiões do país que compõem o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O bolo inflacionário do morador da RMR foi fermentado pelo aumento das tarifas de energia elétrica, a elevação do preço da gasolina e a alta dos alimentos. No acumulado de 12 meses, o IPCA atingiu a taxa de 7,85% na RMR e ficou em 8,47% no país, acima da previsão de 7,9% do Banco Central para este ano. Nem mesmo a política de subida dos juros está funcionando para conter a alta de preços dos produtos e serviços.

Na região metropolitana, o aumento tarifário anual de energia da Celpe no final de abril, somado ao reajuste extraordinário de março e as bandeiras tarifárias (vermelha) tiveram o maior peso de 12,20% na alta do IPCA em maio. Como se trata de um insumo importante para a indústria, o comércio e os serviços, alavancou inflação no mês. Sem contar que o preço da gasolina disparou na bombas e subiu 5,20% no mês, provocado pelo aumento do PIS-Cofins e a volta da Cide (imposto dos combustíveis).

Os alimentos subiram 2,32% e comer fora de casa ficou 1,08% mais caro na RRM. Os hortifrutigranjeiros encareceram o prato do pernambucano. A cenoura foi a bola da vez com alta de 37,98% e o tomate ficou 24,02% mais caro. As carnes aumentaram 3,42%, a açúcar subiu 1,40% e o pãozinho ficou 2,21% mais salgado. O arroz subiu 1,20%, mas em contrapartida foi registrada queda de 4,94% do preço do feijão carioca e de redução de 0,81% no macarrão.

“A energia elétrica puxa a taxa de água e esgoto, o preço dos serviços e de parte da alimentação. A expectativa é que a pressão sobre os preços continue em junho”, comenta Irene Machado, pesquisadora do IBGE. Segundo ela, o peso maior da energia foi registrado no Grande Recife porque o reajuste anual tarifário respingou cheio em maio.

Não foi diferente no país. A crise hídrica e o uso intensivo das usinas termelétricas (mais cara do que as hidrelétricas) desencadearam o aumento em cascata das tarifas. Com a alta de 2,77%, a energia elétrica voltou a despontar com a maior contribuição individual, responsável por 0,11 ponto percentual (p.p.) da inflação de 0,74% no mês de maio. A energia representa um dos principais itens na despesa das famílias, com participação de 3,89% na formação do IPCA.

Neste ano, o consumidor brasileiro passou a pagar em média 41,94% a mais pelo uso da energia. Nos últimos doze meses, as tarifas estão 58,47% mais caras. Segure o bolso e apague a luz, porque nos próximos meses virão novos aumentos com a renovação das concessões das distribuidoras.




Veículo: Diário de Pernambuco


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