Mercado revisa inflação de 2016 para baixo pela 2ª vez seguida

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- O Banco Central (BC) mostrou apenas a conquista da leve redução das estimativas para o IPCA de 2016 esta semana no Relatório de Mercado Focus. A mediana das previsões para esse indicador passou de 5,45% para 5,44%.

Para os períodos mais longos, porém, as estimativas ficaram congeladas. Para 2017, o ponto central da pesquisa ficou em 4,70% e, para 2018 e 2019, permaneceu em 4,50% nos dois casos. O BC vinha pouco a pouco conseguindo reduzir as projeções para o longo prazo, mas agora esse movimento perdeu um pouco o fôlego.

Já a mudança do grupo de instituições financeiras que compõem o Top 5, o grupo dos analistas que mais acertam as projeções para a inflação no médio prazo, trouxe uma amarga informação para o BC, na avaliação de especialistas.

A mediana das estimativas desse grupo para o IPCA de 2016 aumentou esta semana de 5,21% para 5,27% em 2016, que é o foco de atuação da instituição neste momento. O BC promete entregar uma inflação no centro da meta no encerramento do ano que vem.

"Porém, eles [Top 5] estimam o IPCA acima de 9% mais precisamente 9,06%, um número 0,15 ponto percentual (pp) acima do que esperavam há uma semana. Vale notar, todavia, que eles creem em Selic a 14,25% ao fim de 2015, contra 14,50% esperados na mediana de todas as projeções. Este 14,25% está em linha com os dois aumentos de 25 ponto percentual esperados no mercado futuro de juros negociados nos contratos DI", comentou do economista Paulo Eduardo Nogueira Gomes da AZ FuturaInvest..

Juros

O IPCA de junho melhor que o esperado pela maioria fez vir à tona algumas análises de que o Comitê de Política Monetária (Copom) poderia reduzir o passo do aumento dos juros, que vinha sendo de 0,50 ponto percentual. Essa avaliação, no entanto, ainda não chegou no Relatório de Mercado Focus, que continua mostrando previsão de alta de meio ponto da taxa básica de juros este mês.

Pelo boletim divulgado ontem houve um aumento na mediana das previsões para 2016 de 12,06% ao ano para 12,25% ao ano, o que dizimou a divisão vista nas semanas anteriores sobre o nível da Selic no encerramento de 2016.

A alteração das previsões também reflete o tom mais duro adotado pelo BC no Relatório Trimestral de Inflação de junho e de afirmações contundentes de vários porta-vozes da instituição em relação à "determinação" e "perseverança" da autoridade monetária no combate à inflação.

Já sobre 2015, a previsão de 14,50% vista na semana passada foi mantida agora. Há um mês, a estimativa observada era de que a Selic encerrasse 2015 em 14,00% ao ano. A taxa média da Selic para 2015 ficou inalterada em 13,72% ao ano. Quatro semanas antes, era de 13,50%.



Veículo: Jornal DCI


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