Vendas do comércio varejista em retração

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                                  Negócios fracos devido ao aumento do desemprego e maior cautela em relação aos rumos da economia brasileira



O cenário econômico desfavorável fez com que o comércio varejista da capital mineira amargasse prejuízos ao longo de agosto. De acordo com a Análise Mensal do Comércio Varejista de Belo Horizonte, elaborada pela área de Estudos Econômicos da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), para 55,8% dos empresários entrevistados foi registrada queda no desempenho frente a julho, o que fez com que o faturamento ficasse em torno de 24,1% menor no período.

Ao comparar o faturamento obtido em agosto com igual mês do ano anterior, 72,4% dos empresários tiveram piora no desempenho. Nesta mesma base, a queda média registrada no faturamento foi de 20,1%.

O aumento do desemprego, a maior cautela em relação aos rumos da economia, aliados ao aumento do desemprego, à redução do poder de compras da população e ao medo de contrair dívidas são fatores que contribuíram para a retração do comércio em agosto. Nem mesmo as vendas geradas com o Dia dos Pais foram suficientes para alavancar os resultados.

Apesar do resultado negativo em agosto, 65,7% dos empresários esperam por um desempenho melhor nas vendas ao longo de setembro e apenas 9,8% acreditam que as vendas recuarão no período. "A aproximação do Dia das Crianças e a necessidade de o lojista manter o otimismo são fatores que justificam a expectativa de melhor comercialização", explicou a estatística da Fecomércio -MG Elisa Castro.

Tendência - Em agosto, a maior parte das vendas, 59,4%, foi feita à vista através do pagamento em dinheiro, cartão de débito ou cheque, tendência que vem sendo registrada desde janeiro. Das vendas a prazo, 40,6%, a opção do cartão de crédito representou 71,8%, os cheques representam 16,5% e os cartões de crédito próprio, 6,2%.

No mês passado, 73,1% dos empresários apostaram nas promoções e liquidações. A tendência é que o comércio continue investindo nesta estratégia. Para setembro, 68,4% das empresas realizarão promoções e liquidações como forma de aumentar o faturamento e amenizar a queda nas vendas.

De acordo com Elisa, a realização de promoções é favorável para os consumidores e comerciantes. "Investir em campanhas é uma forma de despertar o interesse das pessoas que compram por impulso. Para o lojista, a estratégia faz o estoque girar e fortalece o caixa, permitindo que invista em novas mercadorias".

Em relação aos estoques, a maioria das empresas, 52,7%, fechou o mês no ponto ideal. Apesar do resultado, 43,7% dos entrevistados reduziram o número de unidades pedidas aos fornecedores para o mês de setembro. Entre as demais empresas apenas 10% aumentaram o volume do pedido e 46,3% mantiveram a quantidade.

Em agosto, os segmentos que mais faturaram foram vestuário que cresceu 3,8% frente a julho, seguido por calçados, 2,7%, e hipermercados e supermercados, 2,4%.

Com a aproximação de importantes datas comemorativas, Dias das Crianças e Natal, a maior parte dos lojista pretende manter a equipe, apostando em melhoria das vendas. Para setembro, 88,9% dos empresários planejam manter o quadro de pessoal; 6,4% aumentá-la e 4,7% pensam em reduzi-la. O indicador é considerado positivo para o mercado de trabalho, dado o número de lojistas que manterão o quadro de funcionários.



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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