Consumidor mineiro está mais endividado

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A crise econômica vivenciada no Brasil tem contribuído para o aumento da inadimplência em Belo Horizonte. De acordo com a "Análise de Endividamento do Consumidor", pesquisa desenvolvida pela área de Estudos Econômicos da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG) a inadimplência atingiu a marca de 8,2% em outubro, um avanço de 2 pontos percentuais na comparação com setembro, quando o índice era de 6,2%.

De acordo com o economista da entidade Guilherme Almeida, o aumento da inadimplência já era esperado. "O atual cenário econômico, de aumento dos juros, do desemprego e da inflação já favorecem a inadimplência, o que atrelado à cultura do brasileiro de não ter um planejamento financeiro comprometem ainda mais a capacidade de quitar os compromissos financeiros".

Outro fato constatado no levantamento é que boa parte dos consumidores, devido ao comprometimento da capacidade de quitar dívidas e ao cenário econômico nada promissor, está mais cautelosa e evitando o endividamento. Em outubro, o índice de endividamento dos consumidores da capital mineira recuou 1,1 p.p em relação ao mês anterior, alcançando a marca de 58,2%.

Os dados da Fecomércio mostram que o comprometimento financeiro da renda das famílias ocorre, principalmente, pelos meios eletrônicos de pagamento, como cartões de crédito e de lojas, sendo a modalidade responsável por 82,8% do comprometimento. O índice é considerado arriscado já que as taxas de juros estão elevadas. Somente em outubro, 69,1% dos endividados comprometeram a renda com o uso do cartão de crédito.

Segundo o levantamento da entidade, 55,1% dos entrevistados estão com até 30% do orçamento comprometido, 21,9% com até 50% e 15,7% dos consumidores comprometeram até 70% da renda. "A maior parte dos consumidores está comprometendo até 30% da renda, o que é prudente. Isto mostra que as famílias estão se adequando à realidade econômica do País".

Os consumidores que estão com contas pendentes e não têm data para quitá-las somam 30%. Os que pretendem pagar em menos de 30 dias representam 23,3%, seguido pelos 26,7% que esperam quitar entre 30 e 60 dias e 10% só pagarão as dívidas entre 61 e 90 dias. O motivo principal para o atraso no pagamento de dívidas é o descontrole ou/e a falta de planejamento financeiro.

 




Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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