O secretário de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Altamir Rôso, diz que o mau momento da mineração aumentou a preocupação do governo em diversificar a pauta, induzindo investimentos em setores como o de alta tecnologia, logístico, aeroespacial e sucroalcooleiro. “Estamos mapeando 17 territórios para ter um plano mais consistente para incentivar esse movimento”, afirma. “Não podemos ter o Estado economicamente tão dependente de mineração e metalurgia”, acrescenta. Ele lembra que Minas tem localização privilegiada, fábricas como a da Fiat, no setor automotivo, e é o maior produtor de café do País.
Rôso afirma que a mineração continuará tendo um papel importante na economia mineira, mas que já está consolidada. Assim, o governo pode voltar suas forças para a atração de outros setores industriais. Apesar de reconhecer a necessidade de induzir novas frentes, ele admite que o governo de Fernando Pimentel (PT) não tem uma meta nesse sentido. “Passamos por um momento de grande instabilidade econômica. Esse ambiente nos dificulta traçar metas”, diz.
“Não podemos deixar que o ciclo econômico fique dependente de um único produto. Quando o minério de ferro, que é commodity com cotação internacional, tem preços em ascensão, a economia acompanha. No momento atual, quando o preço minério encontra o seu vale, a economia também cai. Só que a economia não pode ficar prisioneira de preço de um único produto”, pondera o economista Pedro Paulo Pettersen, vice-presidente do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG).
Na tentativa de reduzir essa dependência econômica, diz Pettersen, Minas deu seguimento a um processo de industrialização ao longo do século 20, mas segundo ele o projeto perdeu força. “De fato (a mineração) é uma vocação, mas isso não quer dizer que não se possa diversificar a economia, repensar o papel da mineração. Ela não deveria ser determinante”, diz.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG