A decisão do governo em manter a taxa SELIC em 14,25% compromete o desempenho da atividade no próximo ano.
A Associação Paulista de Supermercados (APAS, São Paulo/SP) avalia com pessimismo o cenário econômico para 2016. Segundo a associação, a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil em manter a taxa SELIC em 14,25% ao ano leva a economia a um quadro de recessão grave no início do novo ano, já que o governo se equilibra entre a tentativa na redução de juros e a manutenção do ajuste fiscal para sanar os dividendos.
A expectativa da entidade para o próximo ano é de ligeira redução da taxa básica de juros a partir do segundo semestre, encerrando o ano de 2016 em uma taxa de 13,5% ao ano. Para o gerente de Economia e Pesquisa da APAS, Rodrigo Mariano, embora o aumento da taxa de juros auxilie no controle do processo inflacionário, acaba tornando o crédito mais caro, inibindo o investimento produtivo. “Esse tipo de investimento seria fator essencial para a retomada do crescimento sem riscos de uma elevação da inflação no médio prazo”, afirma o gerente.
Ainda de acordo com Mariano, a inflação continua afetando o poder de compra da população, impactando diretamente o consumo das famílias – fator que reflete em desaceleração no desempenho das vendas no varejo, incluindo o setor supermercadista, que registrou um dos piores desempenhos dos últimos sete anos (de janeiro a outubro, a queda real nas vendas atingiu, aproximadamente, 1,5% nos supermercados).
Mariano finaliza dizendo que o impacto da elevação da taxa de juros se propaga na economia e, de maneira defasada, a atinge em até seis meses. “Estamos falando de um impacto que ainda deve ocorrer no primeiro semestre de 2016”, finaliza.
Veículo: Site Feed & Food