Compras na região do ABC sobem três vezes mais que inflação em 11 meses

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As compras em hipermercados e supermercados do Grande ABC continuam a encarecer acima da inflação. Em relação a abril, quando a equipe do Diário iniciou o levantamento dos preços de alimentos em estabelecimentos de médio e grande porte, os valores dos 17 produtos pesquisados superaram em três vezes o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Em 11 meses, os custos variaram 26,70% no hipermercado e 17,05% no supermercado. No mesmo período o IPCA, que mede a inflação oficial do País, variou 7,94%.

Apesar da diferença expressiva, é importante pontuar que a dona de casa já sofreu mais, ao longo de 2015, ao fazer as compras aos mercados da região. Em novembro e dezembro, por exemplo, no acumulado do ano, o valor total do conjunto de alimentos pesquisados estava cinco vezes maior do que a inflação.

MENSAL - Ao comparar a evolução dos valores entre o dia 15 de janeiro e 15 de fevereiro, a diferença é mais branda. Nesse período de um mês, as compras feitas no hipermercado ficaram 0,97% mais baratas, ou seja, o consumidor poderá economizar R$ 1,06, gastando R$ 108,19 no total. Mas quem optar por comprar em loja de menor porte, poderá sentir um pouco mais, já que houve alta de 1,47% em 30 dias. O desembolso foi de R$ 110,18, o que significa R$ 1,60 mais que no mês passado.

Vale lembrar que, conforme publicado na semana passada, o estudo feito pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) apontou que a cesta básica das sete cidades – que inclui 34 itens de primeira necessidade, não só alimentares – permaneceu estável entre janeiro e fevereiro. O custo total era de R$ 530,17 e foi praticamente mantido em R$ 530,13.

Alimentos - No hipermercado, o maço da alface foi o alimento que mais apresentou alta, ao encarecer 50,25%. Em janeiro era vendido a R$ 1,99 e, ontem, custava R$ 2,99.

Para o engenheiro agrônomo da Craisa Fábio Vezzá De Benedetto, os preços dos hortifrúti devem seguir mais caros. “As chuvas fortes e a alta temperatura dificultam o plantio, o que faz o custo se elevar.”

Benedetto considera, ainda, que esta época do ano, favorável para o consumo, devido ao calor, impulsiona a alta nos valores. “O verão aumenta a demanda do consumidor por frutas, verduras e legumes, o que os deixa mais caros.”

O preço do quilo da batata também subiu 10,02% nas duas lojas pesquisadas. Em ambos os estabelecimentos, saiu por R$ 5,49.

A boa notícia é que, neste mês, os quilos da carne e do frango ficaram mais baratos. “O cenário não é propício à queda no preço, já que a carne é uma commodity e seu preço é cotado internacionalmente (ou seja, quanto mais caro o dólar, maior seu custo), Mas, com a população sem disposição para pagar os preços altos dos mercados, as lojas se viram obrigadas a baixar os valores desses alimentos”, analisa Benedetto.

No hipermercado, a carne barateou 9,36%, e o quilo foi encontrado por R$ 22,39. No supermercado, o preço se manteve a R$ 23,59. Já o frango caiu 8,76% na maior loja e 6,25% na menor. Custando R$ 7,29 e R$ 7,49, respectivamente.

 



Veículo: Jornal Diário do Grande ABC


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