As instituições financeiras projetam retração de 3,21% na economia brasileira para 2016, segundo relatório Focus, divulgado ontem pelo Banco Central (BC). Na semana passada, os analistas consultados pela autoridade monetária, esperavam queda de 3,01%.
Para 2017, o mercado projeta uma recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) , mas a expectativa de crescimento está cada vez menor. No terceiro ajuste seguido, a estimativa de expansão foi alterada de 0,70% para 0,60%.
Ao mesmo tempo, a estimativa para a inflação este ano continua a subir. No sexto ajuste seguido, a perspectiva para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 7,26% para 7,56%. Para 2017, a projeção sobe q quatro semanas consecutivas. Desta vez, passou de 5,80% para 6%, de acordo com o boletim Focus.
As estimativas de inflação estão distantes do centro da meta, de 4,5%, e neste ano supera o teto, de 6,5%. O limite superior da meta do IPCA em 2017 é 6%.
Por outro lado, depois da última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), de o BC de manter a taxa básica de juros, a Selic, em 14,25% ao ano, os analistas não esperam mais por aumento dos juros em 2016. A mediana das expectativas (que desconsidera os extremos nas projeções) para o final de 2016 segue em 14,25% ao ano. Em 2017, a expectativa é de que a Selic seja reduzida e encerre o período em 12,50% ao ano. A projeção anterior era 12,75% ao ano.
A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que subiu de 7% para 7,72% este ano. A estimativa para 2017 segue em 5,50%. Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), a perspectiva passou de 7,18% para 7,29% este ano, e de 5,49% para 5,50% em 2017.
A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), foi alterada de 6,27% para 7% em 2016. Para o próximo ano, a projeção subiu de 5,18% para 5,30%. E para os preços administrados segue em 7,70% este ano e em 5,50% em 2017.
Setor externo
A expectativa para o déficit em transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços do País com o mundo, passou de US$ 33,55 bilhões para US$ 33 bilhões este ano, e de US$ 27,25 bilhões para US$ 28 bilhões em 2017. A projeção para o superávit comercial (exportações maiores que importações) foi alterada de US$ 37,90 bilhões para US$ 36,35 bilhões este ano, e de US$ 40 bilhões para US$ 39,3 bilhões em 2017.
A estimativa para a cotação do dólar permanece em R$ 4,35, ao fim de 2016, e em R$ 4,40 ao fim de 2017.
E na avaliação das instituições, o investimento direto no País (recursos estrangeiros que vão para o setor produtivo) deve chegar a US$ 55 bilhões em 2016, e US$ 60 bilhões em 2017.
Veículo: Jornal DCI