O mercado melhorou as expectativas para a inflação neste ano, porém as estimativas para o desempenho da economia continuaram em trajetória de deterioração.
Segundo o boletim Focus divulgado ontem, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2016 em 7,57%. No relatório anterior, a expectativa era de 7,62%. Já a projeção para a queda da economia este ano piorou mais uma vez e passou de 3,40% para 3,45%.
O boletim Focus é divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC) com base em projeções de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
As estimativas do mercado financeiro para os preços administrados ficaram estáveis. Vilões da inflação de 2015, ao subirem 18,07%, a expectativa agora é de que terão alta de 7,50% este ano. Quatro semanas atrás, a mediana estava em 7,70%. No caso de 2017, a mediana das expectativas permaneceu em 5,50% pela 12ª semana consecutiva. O BC conta com forte desinflação desse segmento este ano para levar o IPCA para o intervalo de 4 5% a 6,5%. A expectativa do BC é de que, apenas no primeiro semestre deste ano haja uma desinflação de 2 pontos porcentuais da inflação. Entre outros pontos, a instituição conta com a ajuda dos preços monitorados pelo governo.
PIB
Para 2017, a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas pelo País, foi mantida em 0,50%.
A produção industrial é o principal setor responsável pelas previsões para o PIB em 2016 e 2017. No boletim Focus, a mediana das estimativas do mercado para o setor manufatureiro revela uma expectativa de baixa de 4,50% para este ano ante -4,40% prevista na semana passada. Na pesquisa realizada quatro semanas atrás, a mediana das estimativas estava em -3,80%. Para 2017, a previsão mudou de 1,00% para 0,80%. Quatro semanas antes, estava em 1,50%.
Em um cenário de retração da economia, as instituições financeiras não esperam por alteração na taxa básica de juros, a Selic, este ano. A expectativa é que a taxa encerre o período no atual patamar de 14,25% ao ano. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, está marcada para os dias 1º e 2 de março. Para 2017, a mediana é que a Selic encerre o período em 12,50% ao ano.
A taxa básica de juros Selic serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Veículo: Jornal DCI