O Relatório de Mercado Focus trouxe um novo repuxo das estimativas após a queda vista na semana passada para o IPCA deste ano. No documento divulgado na manhã desta segunda-feira, 7, a mediana das previsões para a inflação de 2016 apresentou alta ao sair de 7,57% para 7,59%.
Segue, portanto, distante do teto da meta deste ano de 6,50%. O BC vem reforçando que continua trabalhando para evitar o índice extrapole esse patamar. Quatro semanas atrás, a mediana na Focus estava em 7,56%.
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do índice no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das expectativas permaneceu em 7,95% de uma semana para outra - um mês antes, estava em 8,13%.
No caso de 2017, a previsão ficou congelada em 6,00% pela quarta vez, justamente no teto da meta do ano que vem. Essa barreira, no entanto, já havia sido ultrapassada pelo grupo Top 5 de médio prazo. Entre esses analistas, a perspectiva para a taxa foi mantida em 6,50% como na semana anterior. Um mês antes, essas instituições apontavam para um IPCA de 6,40%.
Para a inflação suavizada 12 meses a frente, a mediana também voltou a subir depois da queda da semana passada, saindo de 6,67% para 6,70% de uma semana para outra - há um mês, estava em 6,78%.
Para o curto prazo, houve manutenção das expectativas para a taxa para fevereiro de 2016 em 0,95%. Um mês antes, estava em 0,87%. Já para março, a mediana das previsões se manteve em 0,55% de uma semana para a outra - quatro edições atrás da Focus estava em 0,60%.
De acordo com o último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado em dezembro, o BC projeta que a inflação encerre este ano em 6,2% no cenário de referência e em 6,3% pelo de mercado. Para 2017, a estimativa da autoridade monetária está em 4,8% pelo cenário de referência e de 4,9% pelo de mercado. Na ata mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom), a instituição informou que houve aumento desses porcentuais nos dois casos em ambos cenários. Uma nova ata está prevista para a próxima quinta-feira e outro RTI deve ser divulgado no fim deste mês.
Preços administrados
As projeções do mercado financeiro para os preços administrados recuaram no Relatório Focus. Vilões da inflação de 2015, ao subirem 18,07%, a expectativa agora é de que terão alta de 7,40% este ano ante taxa prevista de 7,50% na semana anterior. Quatro semanas atrás, a mediana estava em 7,70%.
No caso de 2017, a mediana das expectativas permaneceu em 5,50% pela 13ª semana consecutiva. O BC conta com forte desinflação desse segmento este ano para levar o IPCA para o intervalo de 4,5% a 6,5%. A expectativa do BC é a de que, apenas no primeiro semestre deste ano haja uma desinflação de 2 pontos porcentuais da inflação. Entre outros pontos, a instituição conta com a ajuda dos preços monitorados ou administrados pelo governo.
No último Relatório Trimestral de Inflação de dezembro, o BC escreveu que, em 2016, a dinâmica dos preços administrados, aliados a outros componentes, são "fatores importantes do contexto em que decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), em 2017".
Na mais recente ata do Comitê de Política Monetária (Copom), a previsão do BC para os administrados saiu de 5,9% para 6,3% e a de 2017 ficou em 5%. No documento, o BC enfatizou a alta dos preços das tarifas de transporte público ocorrida em várias capitais do País. Há a expectativa de que o segmento de energia ainda possa dar um alívio à inflação. Uma nova ata será divulgada esta semana e um novo relatório ainda este mês.
Veículo: Jornal Estado de Minas - MG