Sinal dado pela prévia do IGP-M é de inflação mais pressionada em maio, diz FGV

Leia em 1min 50s

O sinal dado pela primeira prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) é de uma inflação mais pressionada em maio, notou o superintendente adjunto de Inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. No atacado, o aumento do preço da soja é o principal fator por trás do movimento, enquanto no varejo há impulsos vindos de medicamentos e energia elétrica.

"O sinal que a prévia dá é que o IGP-M em maio já vai ficar num degrau mais alto", afirmou Quadros.

No atacado, a soja ficou 7,31% mais cara, diante de problemas climáticos no Brasil e de incertezas quanto ao plantio nos Estados Unidos. Por aqui, o Nordeste registrou seca na fase final da colheita, o que prejudicou o grão. Em solo norte-americano, as dúvidas se referem à área plantada e à produtividade que será conquistada. "Tudo isso provoca volatilidade no mercado", explicou Quadros.

É possível, porém, que o ajuste já tenha se realizado. Por outro lado, a forte alta provoca repasses e pode chegar ao bolso do consumidor. No atacado, o farelo de soja já ganhou força, assim como o óleo de soja, bruto ou refinado. "Algum impacto pode ter (no varejo)", reconheceu o superintendente.

Os medicamentos também caminham para ter seu impacto máximo no IGP-M de maio. Na prévia divulgada nesta terça-feira, 10, o item subiu 12,58% no atacado - o porcentual autorizado pelo governo foi 12,5%. "Na indústria, houve reajuste pleno", disse. Para os consumidores, boa parte desse impacto está sendo repassada, já que os remédios ficaram 10% mais caros no mesmo índice.

O câmbio também é um fator de pressão, não porque deve acelerar, mas sim porque a contribuição favorável da queda do dólar cessará. "Ainda não está acontecendo isso, mas daqui até o fim do mês o efeito deflacionário vai atenuar", afirmou Quadros.

Outro efeito benéfico que vai desaparecer é o da energia elétrica, depois do fim do impacto da mudança na bandeira tarifária para verde, quando não há cobrança adicional na conta de luz. Com isso, a queda de 1,08% observada na prévia de março já perdeu força para um recuo de 0,66% em maio.

 



Veículo: Jornal DCI


Veja também

Inflação em SP perde força no início de maio, diz Fipe

         Desaceleraram preços relativos a habitação e alime...

Veja mais
Clima Econômico na América Latina sobe de 72 para 74 pontos, aponta FGV

O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina melhorou de 72 pontos para 74 pontos na passagem do ...

Veja mais
Falta de confiança nas políticas do governo é entrave ao crescimento, aponta FGV

A falta de confiança nas políticas do governo é o principal entrave ao crescimento econômico ...

Veja mais
IPC-Fipe tem alta de 0,38% na 1ª quadrissemana de maio, ante +0,46% em abril

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, r...

Veja mais
Selic alta desestimula indústria nacional

                    ...

Veja mais
Índice de Preços acelera para 0,64% na 1º prévia do mês

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) acelerou para 0,64% ...

Veja mais
Mercado projeta queda de 3,86% do PIB ao final do ano

Pela primeira vez desde 17 de outubro de 2014, analistas do mercado financeiro melhoraram suas projeções p...

Veja mais
Corte de gastos pode ter ajudado a derrubar PIB em 2015, diz Fazenda

Ministério divulgou resultado estrutural, que é ajustado ao ciclo econômico. Por esse cálculo...

Veja mais
IPC-S avança em 6 das 7 capitais pesquisadas na 1ª quadrissemana de maio

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), calculado pela Fundação Getulio Vargas (...

Veja mais