Se, por um lado, o momento é de desaceleração de investimento por parte dos empresários, de outro a hora é ideal para a “barganha” dos lojistas. Na avaliação do superintendente da Associação de Lojistas de Shoppings Centers de Minas Gerais (Aloshopping MG), Alexandre Dolabella França, a economia em crise favorece quem tem “dinheiro na mão”.
“A hora é do lojista e também do consumidor. É preciso fazer uma conta muito apurada para que o negócio valha a pena, e ter consciência, principalmente, de que um shopping novo está em fase de maturação é um negócio arriscado”, detalha.
Pesquisa realizada pela unidade de shopping, varejo e imobiliário do Ibope Inteligência mostrou que, em meio a uma profunda recessão, a vacância média nos shopping centers brasileiros inaugurados entre 2013 e 2015 foi de 45%, o equivalente a 6 mil lojas desocupadas nos 77 centros comerciais inaugurados no período.
Custo alto e dificuldade de negociação são, segundo o superintendente da Aloshopping MG, os principais vilões das atividades realizadas nos centros de compras. “É preciso fazer uma conta básica. Os custos com aluguel, pagamento de condomínio e fundo de promoção não devem ultrapassar 10% da receita mensal. Muitos, em operações já consolidadas, têm ultrapassado os 20%, índice que inviabiliza o negócio”, afirma.
De acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), em 2015, foram inaugurados 26 shoppings no País, três deles em território mineiro. Para 2016, estão previstas 51 novas operações, duas em Minas.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG