No momento atual, cabe meta de inflação ajustada para 2017, diz pesquisador

Leia em 1min 40s

José Júlio Senna reconheceu que a adoção de uma meta flexível para 2017 poderia arranhar a credibilidade da nova gestão do BC



O tamanho da recessão é motivo suficiente para usar uma meta de inflação ajustada para 2017, defendeu nesta segunda-feira o ex-diretor do Banco Central (BC) José Júlio Senna, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). "No momento atual cabe meta ajustada", afirmou Senna no Seminário de Análise Conjuntural Ibre/FGV.

Para Senna, isso será necessário porque os modelos estatísticos do próprio BC indicam que, dado o nível da inflação, nos cenários otimistas, para a inflação ficar na meta em 2017 não será possível baixar a Selic, taxa de juros básica da economia, hoje em 14,25%. Nos cenários pessimistas, seria necessário até subir a Selic para atingir a meta de inflação ano que vem.

Como, segundo Senna, há consenso que o sistema de metas de inflação inclui alguma flexibilidade e que o indicador alvo não deve ser atingido "a qualquer custo, o tamanho da recessão atual justificaria a flexibilização. "Postergar o cumprimento da meta em função da atividade econômica faz sentido. No caso atual, se a recessão não é argumento suficiente para postergar, nada mais é", completou o pesquisador, destacando que, em nome da transparência, o BC não pode "ficar na moita" e simplesmente deixar de cumprir a meta em 2017, sem anunciar isso antes.

Senna reconheceu que a adoção de uma meta flexível para 2017 poderia arranhar a credibilidade da nova gestão do BC. Uma saída segundo o pesquisador da FGV, seria, paralelamente ao anúncio da adoção da meta flexível, o Conselho Monetário Nacional (CMN) reduzir a meta de inflação para 2018, ainda que para 4,25%, apenas 0,25 ponto abaixo da atual.

Além disso, o plano só daria certo se o ajuste fiscal avançar. "Alguma coisa de ajuste fiscal seria entendido como pré-requisito para essa proposta", ponderou Senna, completando que não se trata de fazer todo, ou quase todo, o ajuste, mas sim de dar "um encaminhamento" às propostas de reforma.



Veículo: Diário de Pernambuco


Veja também

Preços do e-commerce sobem 0,4% em maio

Os preços de produtos no comércio eletrônico subiram 0,4% em maio na comparação com ab...

Veja mais
Cesta básica fica 2,17% mais cara, aponta pesquisa

Itens de maior alta foram o feijão carioquinha e o extrato de tomate.Dados foram coletados em seis supermercados ...

Veja mais
Dia dos Namorados foi ruim para o comércio

Desempenho é o pior da história   As vendas no Dia dos Namorados, que é a terceira data mais...

Veja mais
Vendas do varejo cearense recuam 0,3% em abril

O volume de vendas do varejo no Ceará caiu 0,3% em abril na comparação com o mês imediatament...

Veja mais
Analistas preveem menor retração do PIB de 2016; de 3,71% para 3,60%

De um modo geral, as previsões das instituições privadas para a atividade doméstica melhorar...

Veja mais
Especialistas dão dicas de como driblar a alta da economia nos mercados

Consumidores devem sair de casa com uma lista de compras, fazer pesquisa e optar por marcas diferentes A forte alta dos...

Veja mais
Em 6 meses, R$ 10 milhões em investimentos para Penápolis

Na contramão da crise econômica brasileira, Penápolis vem recebendo, nos últimos seis meses, ...

Veja mais
Inadimplência recorde atinge mais da metade das empresas brasileiras, diz Serasa

Quase metade das empresas inadimplentes conta com quatro dívidas ou mais (48,5%) O número de empresas ina...

Veja mais
Intenção de compra do Dia dos Namorados quase cai pela metade, diz Boa Vista SCPC

O alto nível de endividamento, com 45% das respostas, é apontado como o principal motivo para não i...

Veja mais